quarta-feira, 7 de julho de 2010

A MONTANHA PULVERIZADA

Blogagem Coletiva Teia Ambiental

Falar sobre Mineração e seus malefícios e logo me vem à mente a história de Itabira, terra do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Famoso ficou o poema sobre o Pico que existia e deixou de existir.
Muitas outras histórias poderiam ser contadas aqui. Retratos de destruição ambiental, danos à saúde e perda do patrimônio histórico.
Fico com o lamento do poeta...

A MONTANHA PULVERIZADA - Carlos Drummond de Andrade

Chego à sacada e vejo a minha serra,
a serra de meu pai e meu avô,
de todos os Andrades que passaram
e passarão, a serra que não passa.

Era coisa de índios e a tomamos
para enfeitar e presidir a vida
neste vale soturno onde a riqueza
maior é a sua vista a contemplá-la.


De longe nos revela o perfil grave.
A cada volta de caminho aponta
uma forma de ser, em ferro, eterna,
e sopra eternidade na fluência.


Esta manhã acordo e não a encontro,
britada em bilhões de lascas,
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões,
no trem-monstro de 5 locomotivas
- trem maior do mundo, tomem nota -
foge minha serra vai,
deixando no meu corpo a paisagem
mísero pó de ferro, e este não passa.

12 comentários:

  1. Belo poema de Drummond que, infelizmente,
    faz a gente refletir em todas as idiotices
    que o homem faz contra o planeta simplesmente
    por causa de dinheiro. Como pode passar pela
    cabeça de alguém acabar com um morro ???
    É duro, né ?
    Beijinho.
    Vera

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  2. Querida, Flora:
    Que bom, termos a companhia de ilustres como o poeta Drumond de Andrade, na nossa Teia Ambiental.
    A Teia começou a ser tecida faz muito tempo, e é no lamento do poeta que podemos perceber quantos males essas ações predatórias do homem podem causar à alma humana. Mas, ele não se calou e deixou o seu protesto em forma de versos que também é uma maneira de se protestar. E se ele protestou, cabe-lhe agora divulgar no seu blog o protesto do poeta.
    A Teia é assim mesmo, tece-se muitas vezes sem perceber-se que os nós estão amarrando-nos uns aos outros. Valeu a pena começar! Agora é ir até o fim. Que fim, hein?
    Beijos, querida Flora.
    Gilberto.

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  3. Oi, Vera:

    Como pode passar pela cabeça dos homens acabar com rios, montanhas, palácios, florestas ?
    Pois o homem faz isso sim !
    Acaba com a Natureza e com a História, totalmente sem -cerimônia, nem vergonha.

    Vamos ver qual será o resultado de tudo isso...

    Beijo

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  4. Querido Gilberto:

    É sempre bom poder contar com o respaldo dos "grandes", pois quem vai prestar atenção na pequeninha voz de uma senhora rebelde, e ambientalista de fundo de quintal ?

    Ter o lamento do grande poeta brasileiro já ajuda um bocado. Não impede que montanhas sejam pulverizadas, mas faz com que o mundo saiba o que aconteceu.

    Beijo

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  5. Oi, minha querida
    Estou aprendendo muito ao estar participando da Blogagem Teia Ambiental e vejo, com grande alegria, que a Teia está sendo tecida... Vai ficando linda!
    Vamos nessa com serenidade! Unidas venceremos!
    Bjs e harmonia ambiental pra vc!

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  6. Oi, Rosélia:
    Que bom ter a sua participação na Teia !
    Sei que ela é fina e pequena, mas com a adesão de pessoas conscientes ela irá ganhando firmeza e aumentando sua área de atuação.
    Vamos em frente !
    Beijo

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  7. Aaaa Drumond...consigo sentir sua dor ao ler o poema! Que tristes imagens! Acho que se eu fosse ele ia sair "BERRANDO" ladeira abaixo e fazer uma loucura lá em meio àquela destruição! Muito bom este nexo poético com o "caos" ambiental!

    Beijo de luz e obrigada por seu comentário e visita!
    PS.: acredita que postei seu comentário e só agora a pouco que o vi?! hihi Mas respondi lá também e fico muito grata.

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  8. Oi, Selena:
    Já sofri muito ao ver a destruição que o homem faz ao Meio-ambiente e à História...

    Quando não se pode usar a espada, usa-se a pena, como fez o Drummond. Só lamento é que sejam tão poucas as pessoas importantes a se preocuparem com o destino do planeta.

    Beijo

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  9. Esse poema retrata a realidade do mundo atual, Drummond em sua época se preocupava com o meio ambiente, por isso, denunciou as atitudes erroneas do homem.
    É fantastico podermos contar com fontes escritas como esse poema, no estudo de diversas disciplinas.

    Aluno: Ian Pedro

    E Prof: Luciana espich

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  10. Muito obrigada, Luciana, pela visita e comentário!
    Já visitei seu blog e deixei meu comentário lá.

    A humanidade sempre está fazendo destruições e rebelando-se contra isso. Acho que faz parte da essência humana. Que cada um escolha o lado em que vai atuar.

    Beijo

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  11. de lamento em lamento a voz se torna mais forte. unidos gritaremos ao mundo. chega!

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  12. É isso mesmo, Anônimo !!!
    Já diz o ditado popular que a união faz a força. Tenho fé que ainda verei nessa vida o Homem respeitando a Natureza e vivendo em perfeita harmonia com todos os reinos existentes !

    Obrigada pela visita e comentário.

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