terça-feira, 30 de setembro de 2008

PRÁ NÃO ESQUECER QUE SOU ARTESÃ ....

Ando tão envolvida com outros assuntos que me fascinam, que acabo deixando de lado meu artesanato, razão primeira deste blogue.FORMANDO CONJUNTOS:
Caminho do Artesanato em 2 tempos - na sacola ecológica feita em parceria com a Eli (Brincadeira de Papel), e na caderneta para anotações.
Fonte Vichy em 3 tempos - no mini-estandarte, também feito em parceria com a Eli, no caderno-diário, e no bloquinho de anotações.
Os produtos Flora da Serra podem ser encontrados na loja do Caminho do Artesanato, na Aldeia Vila Verde, 62, em São Lourenço - MG

sábado, 27 de setembro de 2008

MARIA, MARIAS

"Maria, o teu nome principia na palma da minha mão , e cabe bem direitinho, dentro do meu coração". Maria, de Ary Barroso, é , para mim a mais linda Maria que conheço. Maria, Mari, Marias de Minas...Minha mãe também era Maria. Minha tia querida também era Maria. Eu também sou Maria !
Maria, mulher, mãe. Tantas Marias, tantas vidas, tantas histórias.
Finalizando o excelente curso de Design de Artesanato, oferecido pelo Sebrae, escolhemos o nome do grupo que está participando e vai expor numa mostra de artesanato - MARIAS DE MINAS !
Envolvida pela magia do nome, trago fotos de minha mãe Maria, ainda menina, em Portugal.
Na sua Primeira Comunhão minha mãe fez sucesso com o lindo vestido confeccionado com o tecido que o pai mandou do Brasil.
Com 3 anos minha mãe era uma menina muito bonita e comportada. Minha avó Olívia está com o vestido preto do seu casamento, pois naqueles tempos idos era assim.
Aqui, ainda miudinha, séria e compenetrada. Minha avó usando o tradicional cordão com o retrato do marido, que distante recebia os pomposos retratos vindos de além-mar.

Histórias de Marias, histórias de mulheres, histórias de vidas...

domingo, 21 de setembro de 2008

CAMINHOS JÁ PERCORRIDOS - Tiradentes

Paixão, é o que posso dizer sobre o que sinto por Tiradentes ( antiga Vila de São José do Rio das Mortes), essa cidade-museu pequenina e fascinante, que guarda a lembrança de um tempo tão antigo, mas tão presente em suas ruelas de calçamento pé-de-moleque e seu casario lindo.

Só em Tiradentes pode-se encontrar a originalidade de um teto recoberto de macela como esse, da belíssima Pousada Brisa da Serra.Nem dá para explicar uma paixão tão grande e que começou em setembro de 1978 quando pela primeira vez lá estive. Ainda lembro com emoção a sensação maravilhosa quando senti o cheiro delicioso de flor e fruta no ar e ouvi o canto dos pássaros naquela praça vazia e silenciosa. Hoje já não é assim vazio e silencioso, mas toda a magia do ar continua para mim, e a cada visita gosto mais desse lugar tão especial.

A Matriz de Santo Antonio é uma das mais belas igrejas barrocas do país, aparece lá no fundo da foto.
A magnífica Serra de São José pode ser vista de qualquer ponto da Vila, e é bonita com chuva ou com sol.
Perto da Igreja das Mercês fica este verde Largo, onde os cavalos vem pastar tranquilamente.


Esta é a principal rua da Vila - Direita - onde encantadoras casas foram sendo transformadas em lojas e restaurantes.
Mas, com todo "progresso", Tiradentes não perdeu sua magia e mistério. Passear por suas ruas à noite, sob a luz dos lampiões, faz qualquer descrente acreditar que voltou no tempo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MINAS SEMPRE -VIVA


"Maravilha este livro de arte de Luíz Cláudio, lançado em 1982 pela Léo Christiano Editorial. O livro é um trabalho caprichado que reúne, em um único objeto, música, artes plásticas e história. Uma pesquisa histórico-musical do folclore de Minas Gerais, ilustrado com suas próprias pinturas e desenhos. Luíz Cláudio, além de ser um nome importante na música brasileira é também um artista que se dedica ao desenho e pintura. O livro é composto ainda de 2 lp's que o enriquece ainda mais. Verdadeiramente um primor".
O texto é do http://www.toque-musical.blogspot.com, um blogue com muitas informações sobre música da boa.
Luíz Cláudio, mineiro de Curvelo, possuidor de uma bela e suave voz, encantou quem, como eu, gostava das lindas canções românticas que interpretava. Na revista Vamos Cantar de 1959 ele está na capa, ao lado de outros sucessos da época. (ele é o rapaz bonitinho na segunda linha, ao lado da Maísa)

Aqui ele aparece junto com a letra da valsa Folhas Soltas, e o texto diz assim: "Luíz Cláudio, que é todo voz romântica, gravou uma valsa, de muita beleza, que destacamos, na íntegra, nesta coluna. Vejam-na e cantem com ele."

Graças à Internet pude encontrar essas músicas que gosto tanto e pensei para sempre perdidas na poeira do tempo.
Como é bom poder ouvir novamente Luíz Cláudio e divulgar o trabalho de um artista de tamanha qualidade.

domingo, 7 de setembro de 2008

BAÚ VELHO - AÇORES

Dentre minhas "preciosidades seculares" está uma revista portuguêsa de 1914 !!! Papel bom, quase inteira, só faltando a capa, a ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA - CRONICA tem o nº422 e data de 23-3-1914. Pertencia ao meu pai, e foi mais uma das minhas heranças queridas.Esta postagem vai especialmente para minha amiga virtual Nélia, que reside nos Açores, pois na revista estão estas incríveis informações sobre a quase inatingível Ilha do Pico.
"Fazer uma viagem aos Açôres é, no seculo vinte, uma coisa tão demorada e tão cara, como se estivessemos a dois passos do invento do vapor. Sae-se de Lisboa e levam-se bem seis a sete dias para chegar á ilha do Pico, quasi o dobro do tempo que se gasta de qualquer porto da Inglaterra a New-York ! Se as passagens tivessem já a redução que deviam de ter, e as maquinas um pouco mais de força, estou certo que alguem sempre se tentaria a uma digresssão pelas nove ilhas açoreanas, onde encontraria, em cada uma, encantos e belezas especiaes a admirar.
"Observe comigo o quadro magestoso e surpreendente que oferece a entrada n'esse pedaço de mar, que se chama - o canal entre o Faial e o Pico. São duas ilhas que a natureza colocou em frente uma da outra, a pequena distancia; a do Pico elevando-se a dois mil e tantos metros de altitude, a do Faial, baixa, com a casaria branca da sua cidade, a debruçar-se para a bahia, ambas belas, ambas formosas, a primeira caracterisando-se pelo seu aspéto vulcanico, a segunda pela graciosidade das suas montanhas e dos seus vales, pelos seus terrenos cultivados até á beira-mar, pelo colorido das suas hortenses, formando trechos policromos, como se a paciencia de um chinez se tivesse entretido a colocar ali finas porcelanas."
"Debruçado de qualquer janela, de qualquer varanda, passeando nas ruas da cidade, a ilha do Pico formada toda pela sua enorme montanha, n'um desenho acentuado de piramide, impõe-se-nos aos olhos na multipla variedade de côres, que, a cada instante, lhe vae imprimindo a luz do alto, oferecendo aspétos diversos. É azul agora para logo se cambiar n'um tom verde; é, mais logo, de uma côr de rosa viva, para depois toda se incendiar n'uma braza, quando o sol lhe bate de chapa".

Parece que continuo indo fundo nas minhas raízes portuguêsas...