quarta-feira, 30 de junho de 2010

CONTOS DE FADAS

Sempre gostei muito de ler...
O mundo fantástico do faz-de-conta sempre me atraiu.
Histórias em quadrinhos, revistas, livros, qualquer coisa com letras exerce uma forte atração sobre mim.
Antes que soubesse ler, meu pai tinha que ler para mim as histórias do Pato Donald, e essa é a lembrança mais antiga que tenho sobre meu gosto por histórias.


Mas, meus preferidos eram os Contos de Fadas, e sobre o tema existe muita controvérsia. Vejam aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Contos_de_fadas
Toda a família já sabia que ganhar livros era uma alegria para mim, e assim fui colecionando meus tesouros, que conservo até hoje, mesmo já velhinhos e até sem capas, pois eles foram lidos e relidos durante muitos e muitos anos.
"Aladim e a Lâmpada Maravilhosa" era magia pura, e a triste história da Sereiazinha era lida com o coração apertadinho. Esses livros continham outras histórias igualmente interessantes e uma que sempre me impressionou é a da Princesa Disfarçada, a famosa "Pele de Burro" e seus vestidos maravilhosos !

Porém o maior tesouro eram os livros "Os Mais Belos Contos de Fadas", uma coleção de contos de vários países, da Editora Vecchi, e que eu sonhava em ter toda a coleção, num total de 17 volumes, mas que só consegui 3:
-Contos de Fadas Chineses
-Contos de Fadas Russos
- Contos Juvenis de Fadas
Histórias cheias de mistérios, monstros, fadas, ogros assustadores, príncipes valentes, princesas lindas e varinhas- de- condão, meu "sonho de consumo" na época.
Romântica e sonhadora, eu "entrava" nas histórias e vivia aquele mundo encantado e tão diferente da minha simples realidade mortal.

Bem manuseados, os livros tiveram suas páginas cheias de anotações, como por exemplo, o meu nome em letras bem infantis e a pintura da minha filha, muitos anos depois.
Eu também anotava, à lápis, o número de páginas que tinha cada história.

Ainda li para meu neto alguns contos, mas achei que eram "pesados" demais, quando analisei com o meu olhar de adulto.
Interessante é que quando eu era criança, apesar da "crueza" das fábulas, principalmente das chinesas, eu não ficava impressionada.
Talvez por saber que eram simplesmente histórias de mundos fantásticos e perigosos, mas muito distantes da minha vida serena e segura dos anos 50...

domingo, 27 de junho de 2010

PARTILHANDO SONHOS ....

Ontem, dia 26 de junho de 2010, minha experiência de partilhar o sonho de lojista, completou 6 anos !
Em 2004 os artesãos do Caminho do Artesanato começaram a comercializar seus produtos em uma das lojas da Aldeia Vila Verde, em São Lourenço.
Seis anos depois, já devidamente apurado e consolidado, o grupo, formado atualmente por 7 mulheres, inaugurou sua nova loja, agora em uma galeria no centro da cidade.

Dividindo despesas, idéias, trabalho, e exercitando a compreensão e tolerância mútua, caminhamos unidas em torno do ideal de fazer a diferença, quando se trata de artesanato.
Móveis bonitos, produtos caprichados. Assim é a Loja do Caminho do Artesanato !

As "donas da loja" ! Sorridentes e com muita esperança de sucesso e realizações no novo espaço.

O artesanato do Caminho é original e feito com muito amor. O trabalho da Alcione, do Jorge e da Tania aparecem em destaque aqui.

Sempre começamos com uma recepção onde as artesãs também mostram seus dotes culinários !
Convidamos amigos e festejamos mais uma etapa do nosso trabalho.
Ontem tivemos a honra de receber a Secretária de Cultura de São Lourenço, que veio desejar boa sorte para as "meninas" do Caminho.

Aqui, o trabalho da Eli e o meu, parceiras que somos no gosto pela juta.

Artesãs conversando...
Mas o assunto parecia sério.

A loja ficou lotada, criando um ar de grande festa.

As famosas cabaças pintadas, da Marília Coli, a cerâmica utilitária do Bernardo, a cerâmica decorativa da Tania, a arte sacra da Marília Araújo, os cadernos em tecido da Alba...

A ACE - Ass. Comercial e Empresarial de São Lourenço esteve muito bem representada por sua vice-presidente, amiga de longa data e incentivadora do artesanato da cidade.

Os trabalhos em tear da Mercedes, e do Projeto Crescer.

Conversa animada e visitantes surpresos diante da "festa".

Os maridos que participam ! Sem seu apoio e ajuda física nosso trabalho seria muito mais difícil.

Gostosuras, café e chá. Assim se faz uma festa. Eli servindo o chá de limão com gengibre, obra do meu marido.
Partilhando, compartilhando, iniciamos um novo tempo.
Só posso agradecer por todos esses anos de convívio enriquecedor e estimulante.

Sejam todos bem vindos à nova Loja do Caminho do Artesanato !
Galeria Fonte Luminosa, loja 9
São Lourenço - MG


Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva do blog:
http://espiritual-idade.blogspot.com

PS: as fotos ficaram estranhas, não sei o que andei fazendo com a câmera fotográfica...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

CAMINHO DO ARTESANATO

Oi, amigos e seguidores:

Por falta de tempo, estou incorporando o blog CAMINHO DO ARTESANATO ao FLORA DA SERRA.
O CAMINHO continuará, mas as novas postagens serão aqui. Para começar essa nova fase, apresento uma das últimas postagens do Caminho. Ela mostra a minha visão sobre o que é Artesanato.

Depois de fazer vários Cursos de Capacitação e de Design em Artesanato, depois de ouvir as inúmeras instrutoras a dizer sempre a mesma coisa – não copiem das revistas, não busquem os programas de tv e seus passo-a-passo - acabei ficando muito crítica e exigente quanto ao artesanato. Não consigo simplesmente copiar o que já está pronto.

Uma enorme inquietação tomou conta de mim, uma ânsia de criar algo novo e diferente – num mundo em que tudo já foi criado...- e como é difícil produzir assim !

Para buscar amparo nesse eterno questionar, fui pesquisar ARTESANATO, e aqui está um pouco do que encontrei :

"Transformando pedaços de madeira em belas frutas, do JORGE MENDES".


Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais.

"Arte em utilitários, na cerâmica do BERNARDO ILG".


Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.C.) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos, e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais.

"Resgatando a tradição do tear mineiro, no colorido tapete da PARADA RAMON".


O mesmo pode ser percebido no Brasil no mesmo período. Pesquisas permitiram identificar uma indústria lítica e fabricação de cerâmica por etnias de tradição nordestina que viveram no sudeste do Piauí em 6.000 a.C.

"Mesclando fios com fibras, o jogo americano executado em tear, pela COR E TRAMA (Mercedes Calfa)"


Historicamente, o artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do produto a ser executado.

"As árvores de Minas são a inspiração para o bordado sobre juta, da FLORA DA SERRA (Flora Maria)".


A partir do século XI, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este oferecia, em troca de mão-de-obra barata e fiel, conhecimento, vestimentas e comida. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.

"Revitalizando a juta com o bordado em lã, da BRINCADEIRA DE PAPEL (Eli Cardoso)".


Com a Revolução Industrial, teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.

Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX, tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização.

"Buscando inspiração em Frida Kahlo, o bordado sobre feltro, do BICHO FOFO ( Cláudia Mello)".


Artesanato, por definição é utilitário.

-Artesão é aquele que domina a técnica.

- O Artesão nunca chega a perfeição se está sempre mudando.

"Trazendo de volta o antigo bordado sobre tecido, da LADAÍNHA (Marília Araújo)".


- Artesão é o criador, a mão que toma de seus ancestrais o conhecimento tradicional e o soma à sua própria habilidade, realizando peças nas quais funde utilidade, técnica e beleza. Artesão é o portador do saber cultural, é o dono dos meios de produção e portanto, de sua vida e do fruto do seu trabalho.

"O café de Carmo de Minas retratado na pintura em cabaça, do FRUTOS DA TERRA ( Marília Coli)".


-Artesão é aquele que cria um produto que possui uma história. A história do artesão sob seu ponto de vista e percepção. Um portador da voz, das mãos, do gesto do artesão. Este objeto tem conteúdo. Objeto- pensamento de seu criador. É um objeto-mensagem.
É único, é original.

"Reaproveitamento de peças antigas, com a pintura em ferro, da FÁBRICA DAS ARTES (Alcione)".


Rosa Pomar, a mais conhecida artesã/designer portuguêsa, responde a pergunta:

Que conselho darias a quem ainda anda à procura do seu próprio estilo nos trabalhos manuais?

"Começa por desligar já o computador. Na internet só vais encontrar inspiração digerida por outras pessoas. O mundo não precisa de mais pregadeiras em feltro sintético e, no mundo real, há muitas técnicas e saberes sem herdeiros. Pede à tua avó que te ensine a fazer um cesto de vime, ou recupera o tear que ela tem lá em casa e que está cheio de teias de aranha, ou aprende a fazer chinelos de ourelos e agulhas de tricot com aros de bicicleta (isto é verídico) e meias da Serra D'Ossa, porque mais ninguém sabe. Vais ter de certeza muito mais para contar do que se ficares aí desse lado, e muitas mais pessoas a querer ler-te (eu vou ser uma delas)".

"Recriando antigos caminhos na pintura em tela, da FAZENDO ACONTECER (Tania Scrivano)".


"Quem, como eu, se começa a interessar por exemplo pelas tradições têxteis, dá por si a passar horas a fio nos sites de museus estrangeiros, e a tricotar meias Turcas em vez de meias da Serra D’Ossa (estas últimas condenadas a desaparecer em breve). Também não é por acaso que os designers ou empresários que querem integrar motivos populares no seu trabalho irremediavelmente acabam por pegar no galo de Barcelos ou nos lenços de namorados. É que por cá não há grande hipótese de terem visto outras coisas."

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A palavra ARTESANATO perdeu seu status e foi vulgarizada ao extremo, no momento em que "qualquer-coisa-pode-ser-chamada-de-artesanato".

Dentro de um conceito mais profundo, Artesanato não pode ser o produto copiado, multiplicado um milhão de vezes, mundo afora.

Artesanato precisa ter a inspiração e a transpiração do artesão, sua emoção e sua alma, sua certeza e suas dúvidas.


terça-feira, 22 de junho de 2010

ORQUÍDEA DE JUNHO

Acreditando que lugar de Orquídea é nas árvores, fui colocando as minhas nos troncos do jardim. Pouco a pouco elas estão aumentando e, vez por outra, preparam surpresas agradáveis que me encantam e emocionam.

Bem quietinha no seu canto, encontro essa que eu acredito seja uma Miltonia. Que surpresa boa ver 3 florzinhas abertas e mais 2 botões esperando sua hora de aparecer !
Só tenho um exemplar, mas está bem viçoso.


Na antiga revista de Orquídeas da Sítio e Jardins - atual Natureza, encontrei o seguinte texto:
"Miltonia - espécie com pseudo-bulbos alongados e bifolhados. As flores se abrem sucessivamente uma após outra. É de fácil cultivo e algumas Miltonias brasileiras nascem na Serra do Mar. Floresce na Primavera."
Por que a minha floresceu no Outono-Inverno ?

Porém a maior alegria foi sentir o delicioso perfume que ela tem !!!

Maravilhas da Natureza...