domingo, 27 de abril de 2008

PORQUE HOJE É DOMINGO...

Programa de domingo para mim, é ficar ouvindo músicas antigas durante toda a manhã, enquanto preparamos o almoço caprichado.
Sempre gostei muito de música, e uma lembrança que tenho é, aos 6 anos, mais ou menos, ligar o rádio para ouvir um programa com o Luiz Gonzaga - o rei do baião.

Meu pai, apesar de ser português, gostava mesmo é de música italiana, dos grandes tenores, e contava que chegou a ver o Tito Schipa no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Mas seu predileto era o Beniamino Gigli. Tambem era uma tradição lá em casa ficar ouvindo "aqueles cantores de ópera, com suas vozes exageradamente fortes", como nós, as crianças da casa julgávamos.

Nessa época eu era mesmo fã de baião, samba-canção, bolero, e ouvia aos sábados o Programa César de Alencar. Esperava o lindinho Francisco Carlos cantar a versão de uma música do filme Meu amor brasileiro, sucesso de 1955, e gostava muito de ouvir o Albertinho Fortuna interpretando Lamento Árabe, que julguei chamar-se Caravana da ilusão, e que foi tema de uma novela de rádio, que eu tambem não perdia.

Nunca fui fã da Marlene ou da Emilinha, mas gostava de várias músicas da Angela Maria, como Lábios de Mel, por exemplo.
Com o advento da internet tenho descoberto preciosidades, como o Luíz Cláudio, de quem gostava muito das músicas (A rua onde ela mora, Foi num trem, Não morro sem ver Paris...)e hoje está ao meu dispor com a mesma linda e suave voz mineira.

E assim a manhã de domingo vai passando, ao som da bela voz do Santana Fernandes que nos leva pelos mágicos caminhos da música, trazendo lembranças e histórias de um passado dourado.

E tudo isso, Porque hoje é Domingo...







quarta-feira, 23 de abril de 2008

CAIXA DE GUARDADOS

Arca da Aliança...
Baú com ouro e jóias...
Canastra de enxoval...

"Em todos os tempos o ser humano usou caixas para guardar seus tesouros.
Em pedra, metal, madeira, papel, estes recipientes continham e transportavam os guardados pessoais de um povo, uma raça, uma civilização.
Use esta caixa de guardados para seus retratos, cartas, arquivos ou documentos. Ela será a guardiã das suas
lembranças e da sua história".

Assim diz a etiqueta que acompanha a Caixa de Guardados, produto que criei em 2003, reutilizando caixas de sapatos ou outros objetos, forrando com chita e enfeitando com fitas, rendas, fuxicos, santinhos e pombas do divino.
Tambem reutilizo caixas de chá, que servem para guardar os pacotinhos do mesmo.
Elas podem ser encontradas na lojinha do Caminho do Artesanato, na Aldeia Vila Verde n° 62






domingo, 13 de abril de 2008

O INCRÍVEL FRANCÊS QUE PLANTAVA FLORESTAS


Li essa história há muitos anos, e ela se tornou para mim num símbolo de esperança em dias melhores.
Já tirei cópias e distribui para amigos.
Agora, com o advento da Internet, vou distribuí-la aos sete ventos, como as sementes do velho francês.

"Esta é a história real da extraordinária epopéia de um homem incomum, que sozinho plantou toda uma floresta de 33 km quadrados, como que assumindo para si, a tarefa que deveria ser distribuída por toda a comunidade. Este homem, Elzéard Bouffier, morreu desconhecido como a maioria dos homens mais esclarecidos que lutam para conscientizar a humanidade. Entretanto, deixou-nos como herança, além de uma maravilhosa floresta de carvalhos, um comovente exemplo de fé, dedicação e confiança no futuro.
De sua vida, só nos resta este depoimento colhido por um viajante francês e publicado na revista da Associação de Preservação da Flora e da Fauna, numa adaptação de Maria Luiza Merkle:

“Em 1910 empreendi uma longa caminhada nas montanhas da Provença, em região ainda desconhecida pelos turistas, e que não apresentava mesmo nada atraente, pois a terra era árida, seca, onde nada crescia alem da alfazema silvestre. Atravessando o planalto, depois de três dias de caminhada, eu me vi numa paisagem de incomparável deserto.
Acampando, procurei água para beber, de fonte ou talvez de um poço antigo, pois umas ruínas ali davam a certeza de terem existido moradias.
Mas nada encontrei a não ser a solidão e um vento que soprava com veemência, e por isso me vi obrigado a continuar a caminhada, carregando a barraca.
Após cinco horas de caminhada, sem encontrar água, divisei ao longe um vulto que reconheci ser um homem – um pastor com umas trinta ovelhas deitadas ao seu redor, juntamente com um cão. Compreensivo, adivinhando a minha sede de três dias, deu-me de beber de sua garrafa de campo, convidando-me mais tarde para ir a sua casa.
Solitário, tendo perdido sua mulher e o filho, instalara-se nessa terra inculta, longe de povoados de gente em constantes rixas e inveja. Dividindo uma sopa quentinha e gostosa entre nós dois, na refeição ele pouco falava e pude observar o seu jeito calmo, comedido, sua barba feita, a roupa com seus botões firmes, apesar de uns remendos quase imperceptíveis. Ao redor, tudo limpo, em ordem, chão varrido.
Apesar de pouca fala, inspirava confiança. Depois da refeição, levantou-se e foi buscar um saquinho, despejando o seu conteúdo na mesa. Eram bolotas (sementes) de carvalho, e ele as foi examinando uma a uma com cuidado, separando as boas. Depois sem mais conversa, foi dormir em paz.
Na manhã seguinte perguntei se podia acompanhá-lo, e ele consentiu com um aceno. Antes de nossa saída, ele mergulhou as bolotas em um balde de água, e lá fomos, não sem ele munir-se de um cano de ferro da grossura de um polegar. Fiquei intrigado, querendo adivinhar o que ele faria com esse cano.
Fomos até o vale e lá ele deixou o seu rebanho aos cuidados do cachorro e nós subimos um escalão a uns cem metros adiante. E era ali, fazendo buracos com o cano de ferro, que ele ia plantando as bolotas de carvalho.
Perguntei se a terra era dele. Não, não era, e nem sabia tampouco de quem era. No entanto, isso não o impedia de continuar a plantar as bolotas, pois já plantara 100.000 delas. Destas, 20.000 haviam germinado, e os ratos fariam perder mais ou menos a metade. Mesmo dez mil restantes, onde antes não havia nada, não era isso compensador ? Naturalmente que sim, eu lhe disse. E esses dez mil carvalhos, em trinta anos, seriam uma linda floresta de se ver. E ele fitando os olhos confiantes no horizonte, repetiu: Em trinta anos?... Até lá eu terei plantado muito mais, e tambem faias e bétulas. Já tenho viveiro na minha horta, diz com convicção.
Despedi-me no dia seguinte, e anos depois rebentava a guerra de 1914, que me prendeu durante cinco anos. Mas mal consegui o documento de mobilização , senti uma saudade imensa de ar fresco, de ar de montanha. E lá fui eu para aquela terra árida e erma, onde eu sabia morar um ermitão com seu estranho “hobby”de plantar bolotas.
A paisagem era a mesma, mas lá naquele local antes desértico e abandonado, avistava-se uma neblina cobrindo o cume do monte, como um tapete. Lembrei-me dos dez mil carvalhos do pastor de ovelhas: tal número de árvores devia estar cobrindo uma apreciável área. E esse ermitão chamado Elzéard Bouffier provavelmente já estaria morto. Mas não estava, e ao contrário, sentia-se ainda bem e forte. Havia mudado de profissão, ficando com apenas quatro ovelhas, substituindo as outras por colmeias. Os carvalhos plantados em 1910 já atingiam a altura de dois homens, e outros mais, plantados durante dez anos, cobriam uns onze quilômetros de comprimento por três de largura, desse planalto.
Fiquei estupefato – toda essa imponência vinda das mãos desse homem simples, sem recursos técnicos nem financeiros ! Ele havia continuado com seu projeto de plantar faias, as quais já se entendiam a perder de vista. E bétulas tambem, em grupos no vale, ele as plantara para garantir a permanência do lençol freático. E tinha razão : onde antes havia terra seca, agora os córregos jorravam água fresca e cristalina.
A natureza, com água reaparecida e o vento espalhando sementes, foi dando vida, relva e flores. Vagarosa e constantemente, tudo se transformara em paisagem atraente. Guardas florestais que nada disso sabiam, mas foram atraídos por esta transformação, julgando-a um “capricho da natureza”, nem poderiam desconfiar que pudesse existir alguem de tal persistência e generosidade. Um dia, surpreenderam Elzeárd Bouffier na mata esquentando a sua refeição sobre pequenos galhos ardendo, e temendo um incêndio nesta mata, que “merecia toda proteção”, determinaram que a abandonasse. Sem nada explicar, ele mudara-se então para mais longe, e continuou, com toda sua calma, a plantar.
Sempre longe e solitário, nada sabia da guerra de 1914 e nem da de 1939. Vi-o pela última vez em junho de 1945. Ele tinha 87 anos. Para vê-lo, já não precisei caminhar dias a pé, pois um ônibus já servia aquela região, toda transformada. Em lugar do vento mordaz chicoteando o rosto, soprava uma suave brisa carregada de perfumes. E água – havia água a valer. Já havia algumas casas – cinco, com hortas e flores em abundância harmoniosa – repolhos e roseiras, cheiros e boca-de-leão...
Agora era um lugar aprazível onde se podia morar. Obra de fé e esperança no futuro – confiante na força da natureza. Um homem de alma pura, sensível às leis que regem esse mundo de Deus, e que, pela sua simplicidade soube descobrir um maravilhoso caminho em direção à felicidade. "

domingo, 6 de abril de 2008

NOSSO CÉU É MAIS AZUL...



...na beleza desse céu, onde o azul é mais azul...assim diz a canção, que parece ter sido feita para o céu de São Lourenço.

Deve existir uma razão científica para tanto azul, mas o que importa é que ele é assim, e colore nossos dias durante o ano inteiro.

Menos nos dias cinzentos, como estes que estamos passando agora...

Nossa região é abençoada por Deus e bonita por natureza, como diz outra canção.

Sempre me encantou esse céu tão limpo e azul, vindo eu de uma grande cidade já meio enfarruscada de progresso.

Taí, (outro título de música), acho que acabei de descobrir que o progresso é cinza, e a simplicidade é AZUL !

Nas minhas aulas de jardinagem para crianças, sempre começo mostrando a diferença entre o mundo dos Homens e o mundo de Deus, e o mundo de Deus, é verde e azul, salpicado de outras cores alegres, mas o mundo dos Homens, é primordialmente cinza.



PS: a menção musical veio da inspiração do programa de músicas antigas e lindas que ouço todos os domingos.





AZUL - Djavan

Eu não sei
Se vem de Deus
Do céu ficar azul
Ou virá
Dos olhos teus
Essa cor
Que azuleja o dia...

Se acaso anoitecer
E o céu perder o azul
Entre o mar e o entardecer
Alga marinha, vá na maresia
Buscar ali um cheiro de azul
Essa cor não sai de mim
Bate e finca pé
A sangue de rei...

Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho, cedinho
Corre e vá dizer
Pro meu benzinho
Um dizer assim
O amor é azulzinho...


quinta-feira, 3 de abril de 2008

EU E A JUTA

"Gosto não se discute", assim diz o ditado, e eu gosto de juta !

Dentro da Linha Juta Silvestre, criei mais esses produtos para a Feira da Amar ( Associação Mineira de Artesanato Rural), que é realizada todos os anos durante a Semana Santa aqui em São Lourenço.

As guirlandas são feitas da poda da minha videira, para não retirar o cipó das matas (atitude ecológicamente correta). Na decoração tem sementes de alamanda, flor de cipreste e musgos, sempre colhidos com cuidado com o meio-ambiente.
Guirlandas dão as boas-vindas a quem chega em nossa casa, e sempre deveriam estar nas nossas portas. Eu uso sempre.

O bloquinho é enfeitado com casca de bananeira, musgos e flores silvestres. Por ser um produto delicado para ser usado dentro de bolsas, sugiro que fique sempre ao lado do telefone, para anotações de recados.

As flores são feitas com hastes que caem de uma árvore da qual não sei o nome. O miolo é feito com a flor do eucalipto. Ficam muito bonitas dentro de potes grandes de barro.