Meu pai era um homem sensível e emotivo, que gostava de leitura e cinema. Assim, cresci ouvindo-o contar das histórias que lia e dos filmes que via. Ainda bem pequena eu sabia os nomes de algumas Operetas famosas e conhecia (de nome) Tito Schipa, que meu pai assistiu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Beniamino Gigli, seu favorito, Caruso, o mais famoso, Carlo Buti...
Para completar minha "educação exótica", convivi com uma moça, amiga da família, que adorava os musicais da Metro, e muitas vezes me levava para penetrar nesse mundo encantado de fantasia e romance.
Dessa forma, enquanto as colegas de colégio suspiravam pelo Gregory Peck e o Jeff Chandler, eu gostava mesmo era daqueles musicais dos quais mal sabia o nome nem conhecia os artistas.
A artista preferida da minha amiga Ruth era a Kathryn Grayson, que aqui esta com o Mario Lanza, nessa deliciosa comédia romântica-musical: "The Toast Of New Orleans".
"O Barco das Ilusões" (Show Boat) eu assisti com uns 9 anos e foi paixão à primeira vista. Howard Keel, com aquele vozeirão lindo, e o cenário do barco-teatro cativaram a menina sonhadora.
Desse filme - "Lovely To Look At" - eu lembrava de algumas cenas, mas não imaginava qual seria seu nome. Graças à internet, pesquisando muito, consegui encontrá-lo, mas não sei o nome que recebeu em português.
Outro nome que ficou gravado na minha lembrança - "A Filha do Comandante", novamente com a Kathryn.
Não lembro absolutamente nada da história, mas sei que gostei na época.
O que dizer do "A Favorita de Júpiter" ? Dessa vez com a "sereia" Esther Williams, o filme é mais uma comédia dos tempos antigos: leve, com belas imagens e humor sutil.
Sabe quando as palavras criam vida e acompanham você por muitos anos ? Esse foi outro exemplo - "Transatlântico de Luxo" (Luxury Liner), com a Jane Power, aquela mocinha com jeito de menina e voz poderosa.
Ser diferente da maioria das pessoas com quem se convive não é muito fácil. Assim foi a minha vida (e continua sendo !), pois meu gosto musical nunca conseguiu acompanhar "o sistema".
Minhas colegas de colégio, certamente, nunca foram ver esses filmes, e eu não tinha com quem falar sobre as belezas que tinha assistido.
E hoje ? Creio que continua da mesma forma...
Mas eu ADORO meus musicais românticos, mesmo analisando atualmente com olhos críticos e percebendo a fragilidade da obra.
Devo ao meu pai esse gosto "exótico" que tantas alegrias me tem dado ao longo da vida. Eterna gratidão, papai.
Minha amiga Ruth não sei por onde anda. Nunca mais tive notícias dela, mas esteja onde estiver, receba meu carinhoso obrigada por ter me mostrado o mundo fascinante dos musicais do cinema.
Deixo para os leitores um exemplo desses tempos antigos e suaves: Kathryn Grayson e sua voz especialíssima, e Mario Lanza, com sua forte voz de tenor.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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Musicais românticos e filmes românticos cada vez se faz menos!! Infelizmente os filmes são cada vez mais "esquisitos"!
ResponderExcluirCara Gaspas:
ResponderExcluirVocê é uma mocinha e talvez nunca veja nada disso que eu mostrei aqui.
Está cada vez mais difícil encontrar no cinema e na música essa romanticidade pura.
Mas na net, tenho descobertos tesouros antigos que aprecio muito.
Beijo
Mãe, vc é a penúltima...
ResponderExcluirA última sou eu...rsrsrs
beijo!
Só que o seu romantismo, Cláudia é dos tempos modernos, e o meu, do tempo do "João Charuto" !!!
ResponderExcluirE quem será esse João Charuto ? Ouço esse termo desde sempre...
Beijos, última romantica moderna.
Flora,
ResponderExcluirSempre ouvi minha mãe falar do tempo do João Charuto...rs!
Gosto muito de música, mas de filme musical nunca gostei.
O que seria do amarelo, se todos gostassem só de azul...?
Bjs.
Oi, Flora
ResponderExcluirVc tem muito de mim...
O vídeo é muito relaxante... Hoje em dia tudo é tão estressante... bem diferente das baladas atuais...
Bjs
Não se fazem mais musicais como antigamente...
ResponderExcluirVamos continuar com saudades do João Charuto. rsrsrs
Beijocas.
Vera
É bem cativante o romantismo dessa época. Tudo aparenta ser tão comercial, quando atualmente se tenta fazer algo ingênuo...
ResponderExcluirOBS: “Lovely To Look At” é muito bom !!
Adorei o post!
Oi, Gina:
ResponderExcluirEsse "João Charuto" é famoso !!!
Sei que existem poucas pessoas que gostam desse tipo de filme, ou música.
E eu sou uma delas...
Beijo
Oi, Orvalho:
ResponderExcluirComo disse a Gina, existem gostos e gostos...
Eu fico com minhas "velharias" queridas !
Lembra do filme "Mulheres Perfeitas" ? A mulher moderna e extressadíssima criou um mundo muito estranho, porém calmo e bonito.
Mas eu não queria ir para lá não !!!
Beijo
Beijo
Oi, Vera:
ResponderExcluirA vida atual é muito agitada, tudo é rápido, os filmes não deixam observar o cenário, os diálogos são corridos. Ufa ! Dá até cansaço de ver.
Mas, parece que todos gostam, portanto só quem reclama é quem veio do tempo do João Charuto...
Beijo
Obrigada pelo comentário, Rafael !
ResponderExcluirFiquei muito surpresa ao encontrar alguém que conhece esses filmes !
Que bom !
Olá, Flora!
ResponderExcluirParei agora um pouquinho, depois da janta e vim conversar com você. Hoje foi dia de limpeza,aproveitei que o Márcio foi trabalhar e depois iria para Vila Isabel, caí na faxina.
Gosto, porém quando estou disposta, coloco uma música e vamos embora, acabei às 20:30, falta uns detalhes fica para amanhã. Sabe não ligo muito para televisão, tirando documentários e filmes, vejo muito pouco, ao contrário do Márcio que já acorda com o controle na mão. Uma vez me disseram que eu era alienada ,pois não via novelas nem o Faustão. Acreditas?
Márcio também acha estranho eu não ligar quase a televisão.Você acha estranho? Como vão as coisas? Tudo bem?
Grande abraço
Oi, Fátima:
ResponderExcluirPois fique sabendo que eu também faço parte desse "clube das alienadas" !
É muito bom poder ser senhora da sua vontade, livre das influências globalizadas.
Beijo
Olá!
ResponderExcluirTambém adoro filmes românticos e desde menina aprendi a assistí-los na sessão da tarde, dos anos 70 e 80.
Estava há pouco tempo em uma loja de departamentos e vi um DVD do filme nacional A Moreninha. Comprei correndo, pois era o único da banca!
Meses depois resolvi passar para os meus alunos. No início eles fizeram cara feia, mas depois foram gostando e alguns até me contaram que conseguiram baixar cópia da internet e assistiram com familiares.
Flora.
ResponderExcluireu posso ser a ultima a comenter, mas certamente tu não és a ultima romantica, não conheço muito os filmes que cita, pois por cá até hoje não tem cinema, mas gosto de romanticos, e de musicas romanticas que me digam alguma coisa ao corção quando ouço, ou quando assisto, se não for assim não tem graça nenhuma.
te acompanho na ultima para que fiquemos as ultimas romanticas heheeh,
e a flor da suculenta e dos cactos já abrio, continuo curiosa.
beijo
Oi, Anabela:
ResponderExcluirEu não perdia a Sessão da Tarde, só que eu já era casada e não criança como você. Muitos filmes lindos eu vi ali, e minha filha também.
Parabéns pela iniciativa de mostrar para seus alunos o filme !
Eu "arrastava" meus filhos para visitar museus! Iam à contragosto, depois gostavam.
Concertos Para a Juventude, no Teatro Municipal, era outro programa. E até para assistir uma ópera levei meu filho e sobrinho. E qual não foi minha surpresa, quando meu sobrinho, já adulto, comentou que esse programa que fizemos foi marcante para ele !!!
Como podemos gostar do que não conhecemos ?
Infelizmente vejo que, nos tempos atuais, o costume é dar o que as crianças querem e não o que elas precisam...
Beijo
Oi, Rosan:
ResponderExcluirPelo visto eu estou muito bem acompanhada no romantismo...
A flor da suculenta ainda não abriu ! Como demora...
Mostrarei quando acontecer.
Beijo