sábado, 7 de janeiro de 2012

TEIA AMBIENTAL - Semeando Esperança.

Mais um ano que começa e a nossa TEIA AMBIENTAL continua espalhando seus fios verde-esperança por aí afora !!!

Resolvi repetir uma postagem de 2008, já que continuo sem tempo para grandes vôos literários. Naquele tempo, nem um mísero comentário recebi, apesar do texto ser muito bonito e inspirador. Espero que ele tenha sido lido por alguém... Caso contrário, aqui está a segunda chance !

domingo, 13 de abril de 2008

Li essa história há muitos anos e ela se tornou para mim num símbolo de esperança em dias melhores.

Já tirei cópias e distribui para amigos.
Agora, com o advento da Internet, vou distribuí-la aos sete ventos, como as sementes do velho francês.

Vejam essa linda história, mais completa e em animação, aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=Klx8UBMRrMA&feature=youtu.be


O INCRÍVEL FRANCÊS QUE PLANTAVA FLORESTAS.

Esta é a história real da extraordinária epopéia de um
homem incomum, que sozinho plantou toda uma floresta de 33 km quadrados, como que assumindo para si, a tarefa que deveria ser distribuída por toda a comunidade.

Este homem, Elzéard Bouffier, morreu
desconhecido como a maioria dos homens mais esclarecidos que lutam para conscientizar a humanidade. Entretanto, deixou-nos como herança, além de uma maravilhosa floresta de carvalhos, um comovente exemplo de fé, dedicação e confiança no futuro.
De sua vida, só nos resta este de
poimento colhido por um viajante francês e publicado na revista da Associação de Preservação da Flora e da Fauna, numa adaptação de Maria Luiza Merkle:


“Em 1910 empreendi uma longa caminhada nas montanhas da Provença, em região ainda desconhecida pelos turistas, e qu
e não apresentava mesmo nada atraente, pois a terra era árida, seca, onde nada crescia alem da alfazema silvestre.
Atravessando o planalto, depois de três dias
de caminhada, eu me vi numa paisagem de incomparável deserto.
Acampando, procurei água para beber, de fon
te ou talvez de um poço antigo, pois umas ruínas ali davam a certeza de terem existido moradias.

Mas nada encontrei a não ser a solidão e um
vento que soprava com veemência, e por isso me vi obrigado a continuar a caminhada, carregando a barraca.
Após cinco horas de caminhada, sem encontrar á
gua, divisei ao longe um vulto que reconheci ser um homem – um pastor com umas trinta ovelhas deitadas ao seu redor, juntamente com um cão.
Compreensivo, adivinhando a minha sede de três dias, deu-me de beber de sua garrafa de campo, convidando-me mais tarde p
ara ir a sua casa.


Solitário, tendo perdido sua mulher e o filho, instalara-se nessa terra inculta, longe de povoados de gente em constantes rixas e inveja.

Dividindo uma sopa quentinha e gostosa entr
e nós dois, na refeição ele pouco falava e pude observar o seu jeito calmo, comedido, sua barba feita, a roupa com seus botões firmes, apesar de uns remendos quase imperceptíveis.
Ao redor, tudo limpo, em ordem, chão varrido.

Apesar de pouca fala, inspirava confiança. Depois da refeição, levantou-se e foi buscar um saquinho, despejando o seu conteúdo na mesa.
Eram bolotas (sementes) de carvalho, e el
e as foi examinando uma a uma com cuidado, separando as boas.
Depois sem mais conversa, foi dorm
ir em paz.

Na manhã seguinte perguntei se podia acompanhá-lo, e ele consentiu com um aceno. Antes de nossa saída, ele mergulhou as bolotas em um balde de água, e lá fomos, não sem ele munir-se de um cano de ferro da grossura de um polegar.
Fiquei intrigado, querendo adivinhar o que ele faria c
om esse cano.


Fomos até o vale e lá ele deixou o seu rebanho aos cuidados do cachorro e nós subimos um escalão a uns cem metros adiante. E era
ali, fazendo buracos com o cano de ferro, que ele ia plantando as bolotas de carvalho.

Perguntei se a terra era dele. Não, não era, e nem sabia tampouco de quem era. No entanto, isso não o impedia de continuar a plantar as bolotas, pois já plantara 100.000 delas.
Destas, 20.000 haviam germinado, e
os ratos fariam perder mais ou menos a metade. Mesmo dez mil restantes, onde antes não havia nada, não era isso compensador ?


Naturalmente que sim, eu lhe disse. E esse
s dez mil carvalhos, em trinta anos, seriam uma linda floresta de se ver. E ele fitando os olhos confiantes no horizonte, repetiu: Em trinta anos?... Até lá eu terei plantado muito mais, e tambem faias e bétulas. Já tenho viveiro na minha horta, diz com convicção.

Despedi-me no dia seguinte, e anos depois rebentava a guerra de 1914, que me prendeu durante cinco anos.
Mas mal consegui o documento de mobilização , senti uma saudade imensa de ar fresco, de ar de montanha. E lá fui eu para
aquela terra árida e erma, onde eu sabia morar um ermitão com seu estranho “hobby”de plantar bolotas.


A paisagem era a mesma, mas lá naquele local antes desértico e abandonado, avistava-se uma neblina cobrindo o cume do monte, como um tapete.
Lembrei-me dos dez mil carvalhos do pastor de ovelhas: tal número de árvores devia estar cobrindo uma apreciável área.

E esse ermitão chamado Elzéard Bouffier provavelmente já estaria morto. Mas não estava, e ao contrário, sentia-se ainda bem e forte.
Havia mudado de profissão, ficando com apenas quatro ovelhas, substituindo as outras por colmeias.



Os carvalhos plantados em 1910 já atingiam a altura de dois homens, e outros mais, plantados durante dez anos, cobriam uns o
nze quilômetros de comprimento por três de largura, desse planalto.

Fiquei estupefato – toda essa imponência vinda das mãos desse homem simples, sem recursos técnicos nem financeiros ! Ele havia continuado com seu projeto de plantar faias, as quais já se entendiam a perder de vis
ta.
E bétulas tambem, em grupos no vale, ele as plantara para garantir a permanência do lençol freático. E tinha razão : onde antes havia terra seca, agora os córregos jorravam água fresca e cristalina.


A natureza, com água reaparecida e o vento espalhando sementes, foi dando vida, relva e flores. Vagarosa e constantemente, tudo se transformara em paisagem atraente.
Guardas florestais que nada disso sabiam, mas foram atraídos por esta transformação, julgando-a um “capricho da natureza”, nem poderiam desconfiar que pudesse existir alguem de tal persistência e generosidade.

Um dia, surpreenderam Elzeárd Bouffier na mata esquentando a sua refeição sobre pequenos galhos ardendo, e temendo um incêndio nesta mata, que “merecia toda proteção”, determinaram que a abandonasse. Sem nada explicar, ele mudara-se então para mais longe, e continuou, com toda sua calma, a plantar.


Sempre longe e solitário, nada sabia da guerra de 1914 e nem da de 1939.
Vi-o pela última vez em junho de 1945. Ele tinha 87 anos. Para vê-lo, já não precisei caminhar dias a pé, pois um ônibus já servia aquela região, toda transformada.

Em lugar do vento mordaz chicoteando o rosto, soprava uma suave brisa carregada de perfumes. E água – havia água a valer. Já havia algumas casas – cinco, com hortas e flores em abundância harmoniosa – repolhos e roseiras, cheiros e boca-de-leão...

Agora era um lugar aprazível onde se podia morar. Obra de fé e esperança no futuro – confiante na força da natureza.
Um homem de alma pura, sensível às leis que regem esse mundo de Deus, e que, pela sua simplicidade soube descobrir um maravilhoso caminho em direção à felicidade. "




20 comentários:

  1. Olá!!!

    Vim lhe avisar que estou participando da Teia Ambiental este mês: http://preservandooverde.blogspot.com/2012/01/teia-ambiental-cozinha-sustentavel.html

    Minha participação é singela, pois tb estou sem muito tempo para postar, mas não poderia deixar de participar.

    Essa mensagem que vc postou é muito bonita. Não poderia haver mensagem melhor para um início de ano!!

    Bjinhos

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  2. Lindo e inspirador ! Não poderia haver
    presente melhor para se começar o ano !
    Beijos !
    Vera Scheidemann

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  3. Olá, amiga preciosa!!!

    Vc está aqui hoje também:
    http://espiritual-mimo.blogspot.com/2012/01/selo-ecologico.html

    Essa varandinha que conheci e não me saiu da memória e do coração enriqueceu ainda mais o seu post da Teia para mim...
    Saudade de vcs aí, menina!!!
    Bjm festivo de paz

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  4. Querida Flora,
    vim avisar que postei para a Teia, apesar de ter afirmado que não postava mais, rsss.

    Quanto ao seu texto, achei magnifico.
    Uma Alma muito nobre com visão expandida que encontrou felicidade em algo para além do seu próprio ego.
    As árvores são o pulmão do mundo e sem árvores não há vida!
    Que todos nós, em nossa vida, plantemos pelo menos 1 árvore em homenagem ao ar que respiramos. Eu já plantei 4 na aldeia: uma laranjeira, um limoeiro, um pessegueiro e uma figueira!
    Fiquei muito feliz quando em Dezembro trouxe para a cidade os meus primeiros 10 limões :)
    Beijinhos.
    Rute
    (também quero conhecer essa varanda!)

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  5. Flora querida, que linda história, não a conhecia e foi um prazer enorme ter conhecimento a respeito desse grande homem que anonimamente semeou esperança e vida. Um texto magnifico para começar o ano, que sirva de alento e estímulo para aqueles que acreditam e crêem poder fazer sua parte na possível transformação do nosso Planeta. Excelente. Bjosum ótimo domingo

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  6. Li a respeito deste blog lá no blog da Josy. Estou encantada! O texto acima é surpreendente!
    Obrigada, bjsssssssss

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  7. Que dádiva de história e ação de vida esta que vc nos conta,Flora.Aumenta em nós a crença na capacidade humana de transformar e propiciar benefícios.Fiquei impressionada com a dedicação deste homem.
    Tomara que esse texto seja amplamente lido.Obrigada por partilhá-lo.

    Desta feita, não tive tempo em esmerar num post mais significativo para a 1ªTeia deste ano, então só rendi homenagens à natureza que me rodeia mais de perto e nem fiz referência no título, por achar meu tema simplista.Agradeço tua gentileza de tê-lo considerado mesmo assim.

    Que cada dia de 2012 te veja sempre sorridente e feliz!
    Bjkas,
    Calu

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  8. Flora, estou meio perdida no tempo e espaço. Não tenho conseguido participar da blogagem. Mas assim q me organizar, volto a participar. Obrigada. Muita paz!

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  9. Olá, Flora!O seu comentário impulsionou-me e acabei postando para a Teia, embora estivesse sem inspiração achei importante participar...
    Adorei o texto,a história é magnifica, pessoas como esse homem são verdadeiros heróis, uma alma verdadeiramente rica. Esta mensagem vai inspirar o meu inicio de ano, ainda bem que foi resgata-la.
    Que 2012 seja ainda mais verde!
    Beijinhos

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  10. Realmente é uma historia que merece se propagar pelas mídias e quem sabe convencer mais pessoas a seguirem este exemplo.
    Eu mudo bastante de cidade, mas nas casas onde morei, plantei uma arvore, fiz a horta e jardim, gosto de dar como presente mudas e sempre encontro quem me dê exemplares que eu não tenha, assim a cada mudança levo 8 vasos, cheios de mudas que uso para transformar o lugar onde morarei com baixo custo...pratica essa acredito ser um pouquinho do que está ao alcance de todos, para beneficiarmos nosso planeta com mais verde.

    Muita Luz e Paz!
    Abraços

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  11. Oi, Carol, muito bom ter v. conosco nessa cruzada ecológica !

    Já li sua postagem e comentei.

    Beijo

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  12. Oi, Vera, eu gosto muito dessa história, que espero seja verdadeira.
    Ela me animou a plantar árvores aqui onde moro, além das muitas que existem no local.

    Beijo

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  13. Obrigada pelo carinho, Orvalho !

    Essa varanda já recebeu muitas visitas importantes !!!

    Beijo

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  14. Oi, Rute:

    Eu fico muito feliz por já ter plantado uma grande quantidade de árvores !
    E que alegria quando podemos colher os frutos que elas nos dão !
    Se cada pessoa plantasse apenas 1 árvore por ano, imagine quantas florestas seriam criadas...

    A varanda está esperando sua visita !!!

    Beijo

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  15. Oi, Josy:
    Resolvi começar o ano da Teia com uma mensagem de otimismo e esperança. Afinal, nem só de más notícias vive o mundo !
    Essa história me inspirou a plantar mais e mais árvores e espero que também faça o mesmo efeito nos leitores desse belo texto.

    Beijo

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  16. Oi, Cléa, legal v. me visitar !

    Adorei seu blog e ri bastante ao ler a última postagem !!!

    Beijo

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  17. Oi, Calu:
    Fique à vontade para escrever ou não, pois a Teia não é uma blogagem com tempo marcado e sim uma atitude em relação ao meio-ambiente.

    Acredito que cada vez que falamos sobre o tema em nossos blogs, vamos motivando as pessoas a pensarem sobre o assunto, não é mesmo ?

    Beijo

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  18. Será muito bom contar com sua participação, Denise !!!

    Obrigada pela visita.

    Beijo

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  19. Oi, Lina:

    Muitas vezes precisamos de uma motivação para fazermos alguma coisa...
    Bom ter sua participação !
    Pensando bem, sempre conseguimos encontrar assunto para esse tema, pois é só ler os noticiários que lá está alguma coisa boa ou ruím sobre o meio ambiente.

    Beijo

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  20. Muito obrigada pela visita e comentário, Adelaide !

    Muito boa sua iniciativa de plantar árvores e fazer hortas e jardins.
    Parabéns !

    Beijo

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