sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

NATAL EM SÃO LOURENÇO

Neste Natal de 2008 o destaque na decoração natalina ficou com os shoppings da cidade, que capricharam bastante. A Rua Santos Dumont, como já é tradição há muitos anos, transforma-se em uma atração turística encantadora . É passeio obrigatório para visitantes e moradores.O Shop. Antonio Dutra caprichou na decoração, transformando um simples ir às compras em algo especial para os olhos. A cadeira vermelha do Papai Noel proporcionou belas fotos.


No Shop. João Lage as cadeiras vestidas com gorros alegrava as crianças.

No gramado da residência, na festiva Rua Santos Dumont, Papai Noel era o que não faltava !

Visão geral da mesma casa, ricamente ornamentada
Essa é apenas uma das árvores lindamente decoradas do Shop. João Lage.

O "orelhão" também transformou-se em Papai Noel !


Outro exemplo do entusiasmo com que os moradores desta pequenina rua comemoram o Natal.
Toda a rua é enfeitada com árvores e aderêços alusivos à data, criando um mundo mágico que emociona adultos e crianças.
Parabéns, mais uma vez, aos moradores da Rua Santos Dumont !
E vamos esperar pela decoração do próximo ano...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

ANOS DOURADOS

Cursei o ginásio entre os anos 1958 e 1961, no finalzinho dos "anos dourados". O colégio, um tradicional do subúrbio do Rio de Janeiro, pertinho da minha casa, possuia um ambiente familiar e tranquilo, onde o diretor -"Dr. Aliomar"- tinha sempre um discurso formal e amistoso, no seu peculiar sotaque baiano.A turma fez questão de baile caprichado, e para isso juntamos dinheiro durante 2 anos, fazendo bailinhos e até chá com desfile de modas. A passarela era formada por carteiras unidas e recobertas com papel pardo, e as modelos eram as próprias alunas, desfilando com seus vestidos de festas. Eu, timida e feinha por natureza, não desfilava, mas ajudava nos preparativos. Pedimos xícaras emprestadas a uma "loja de ferragens", e compramos biscoitos à granel, (os mais baratos) nas Casas da Banha do bairro. Os convidados pagantes, as nossas famílias.
Aqui estou eu, com o assustado rapazinho, arranjado na última hora, para a valsa.
Assim como a música que a Celi Campello cantava - "eu não tenho namorado, alguém que eu possa amar" - eu também não tinha namorado, apesar dos recém completados 17 anos.
Quem dançaria comigo as valsas de formatura ? Meu pai não dançava, muito menos meu irmão, 3 anos mais novo que eu. E apesar de ter vários colegas, não tinha liberdade para convidar nenhum deles. O que fazer ?
Minha mãe teve a brilhante idéia de pedir ao filho de uma amiga sua, um rapaz mais velho e bonitão, para ser o par daquela mocinha sem graça e envergonhada.
Tudo arranjado, chega o dia do baile, e lá está ele a postos para cumprir a árdua missão.
Eu, envolvida com os colegas e a família, só lembrei de procurá-lo no momento em que a cerimônia das valsas iria começar. E lá vou eu pelo Social Ramos Club procurando o Sérgio.
Eis que o encontro conversando com uma bonita moça, bem distante do salão de baile.
Para ser sincera, não lembro se tive coragem de chamá-lo e ele não veio, ou se não tive a tal coragem e deixei para lá.
Só sei que eu não queria perder a valsa, e saí procurando um dos rapazes conhecidos que estivesse vestido com um terno preto, pois era obrigatório tal quesito.
O único que preenchia essa exigência era o Paulo, e lá foi ele, muito à contragosto, pois estava com um terno velho e pobre, dançar comigo as 3 valsas ! Uma era com o pai, outra com o padrinho e a terceira com o namorado. Como meu pai foi meu padrinho e não dançava, sobrou para o Paulo a honra, e fiquei eternamente grata pelo seu sacrifício...
Missa de Formatura na igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Ramos. Na escadaria a turma de uniforme. O Dr. Aliomar, no centro da foto, acompanhava mais uma turma de formandos de sua querida Escola Técnica de Comércio Santa Cruz, carinhosamente conhecida como Santa Cruz.
Nosso paraninfo, escolhido por votação da turma foi o Professor Castro, meu preferido, apesar de rigoroso. Dava aulas de Ciências e Geografia, e exigia que a aula, que ele ditava todinha, sem consultar nenhum livro, fosse copiada à lápis, para em casa ser passada à limpo com caneta. Dessa forma, copiávamos 2 vezes, e era mais fácil gravar na memória a matéria. Se encontrasse alguém escrevendo com a caneta, a mesma tinha que ser entregue em suas mãos, e o aluno teria que buscá-la mais tarde, na secretaria da escola.
Nosso lindo convite de formatura, em papel linho e com letras e arabescos dourados, guardo até hoje. O Santa Cruz possuía, além do curso técnico, o ginásio, e este tinha o nome de Ginásio Aliomar Pereira.
Mas para o bairro e para todos os que lá estudaram foi sempre conhecido, e é lembrado até hoje como SANTA CRUZ.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

MEUS CADERNOS EM BH !

Aqui está o resultado de dias e dias de trabalho, quase ininterrupto, que deixou-me tão envolvida com artesanato. Depois de um curso que começou no final de 2007 - "Design para Artesanato"- oferecido pelo SEBRAE - Minas, o grupo participante foi convidado para expor na Feira Nacional de Artesanato, em Belo Horizonte.O tempo, como sempre, é pouco, e esses Cadernos Árvores de Minas, tem várias etapas e detalhes minuciosos. Fiquei muito feliz com o resultado, pois queria fazer algo diferente, e que continuasse fazendo juz à minha marca. Mostrar as árvores de Minas Gerais, e do Brasil, foi a combinação perfeita para a Flora da Serra.
Os cadernos tem o miolo em papel reciclado industrial, e a capa em papelão Paraná recoberto de papel reciclado artesanal confeccionado pelos alunos da APAE - São Lourenço. As árvores "lembram" as originais, num trabalho estilizado.
A mini-boneca é obra da Marília Araújo (Ladaínha). O Caderno Grande mede 21cmx21cm.

Na foto a Paineira (Chorisia speciosa), árvore magnífica que possue lindas flores rosadas e belos frutos verdes que quando se partem soltam as sementes envoltas em fina paina branca.
O Caderno Médio mede 21cmx15cm.
O Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) possui pequenas flores com um detalhe interessante: 4 pétalas são amarelas, e 1 é vermelha.
O Caderno Pequeno mede 21cmx9cm.
A Eritrina (Erythrina speciosa) tem lindas flores vermelhas em galhos esparsos.
No Caderno Pequeno a bonequinha vem presa no marca- página.

E o resultado das vendas foi muito bom !

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CAMINHOS JÁ PERCORRIDOS - Caxambu

Caxambu, cidade pertinho de São Lourenço, encanta-me pela beleza de suas construções antigas. Mais idosa que S. L., Caxambu orgulha-se de ter hospedado a princesa Isabel que lá esteve para fazer uma "estação de águas".Belíssima fonte no Parque das Águas, mostrando o teto ricamente trabalhado.
Casarão de esquina em lindo estilo, tendo inclusive, o porão com janelinhas.
O imponente Hotel Palace e sua escadaria em mármore branco. Paredes revestidas em madeira, brilhantes lustres e móveis de época, criam o fascinante cenário palaciano.
Outro exemplo das belas construções de Caxambu. Será que os moradores percebem a preciosidade que tem em mãos ?
O monumental Balneário estava com obras de restauração quando tirei a foto.
É uma verdadeira jóia, possuindo detalhes preciosos, como os lindos azulejos em alto relevo, os vitrais e o relógio exótico.
Fachada do Hotel Bragança, mostrando a data de sua construção - 1926.
Vale a pena visitá-lo e admirar as fotos antigas de Caxambu, e o gracioso lavatório decorado com flores, que fica perto do refeitório.
Bem mais novo, o Hotel Glória, da década de 1940, é outra visita interessantíssima. Seus salões de estar são requintados e o salão de refeições tem um lindo teto trabalhado em madeira.

Sempre que posso vou a Caxambu saciar minha sede de antiguidades. Andar por suas ruas admirando as construções de outro tempo, onde a beleza e o glamour faziam parte da vida das pessoas, é reconfortante para mim.

domingo, 23 de novembro de 2008

MINHA HORTA VIROU UM JARDIM !!!

Por falta de tempo (ando muito envolvida com o artesanato) e de dinheiro ( o caminhão de esterco está muito caro...) minha horta, este ano, está ao "Deus dará", e ele tem dado muitas flores.Os Cosmos (Bidens sulphurea) crescem à vontade fazendo a alegria das borboletas, especialmente da Monarca, que, identificadas com suas cores ficam alí a beber seu néctar.
O pé de manjericão convive harmônicamente com a abóbora e com o sempre presente Cosmos.
O cantinho das ervas hoje abriga Gerânios (Pelargonium) e Capuchinhas , enquanto aguardo a volta das Manjeronas que devem estar adormecidas no solo.
No canteiro de ervas, cercado de troncos, o Bálsamo da Horta exibe suas folhas gordas, cercado de nativas e do Coleus que foi ocupando o espaço abandonado.

Para ser sincera, gosto mesmo de jardim e horta bem silvestres, misturando flores com hortaliças, ervas com frutas, pois assim foi que Deus fez seu jardim terreno.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A MAGIA DAS CORES - VIOLETA

A cor violeta ocupa o extremo frio do espectro das cores. Do ponto de vista simbólico, o violeta está relacionado com a Lua, e ligado à sabedoria intuitiva.A linda íris da foto representa muito bem a beleza da cor violeta.
A ametista é a pedra violeta.
Seu dia é a segunda-feira, seu número é nove e sua forma, o círculo.
O belíssimo jacarandá mimoso exibe flores violeta.
As imagens que evocam o violeta são os grandes espaços de céu puro na hora do crepúsculo.
A atividade violeta é a contemplação, a meditação, a devoção espiritual, a quietude e comunhão com o universo.
Seus aromas são a rosa e o gerânio.
Do ponto de vista psicológico, o violeta é uma cor essencialmente espiritual. Expressa a capacidade de usar a intuição, de se abrir para a inspiração; exprime, também a capacidade de se purificar de todas as formas: tanto por meio do sacrifício necessário para se libertar das impurezas interiores, quanto pela criação de barreiras protetoras contra impurezas externas.
Outro exemplo de cor violeta, desta vez com tonalidade rosada é a bela orquídea da foto.

Livro consultado: "Cromoterapia - cores para a vida e para a saúde" - Eneida Duarte Gaspar

domingo, 9 de novembro de 2008

ACEITA UM CHÁ ?

Cresci vendo essas xícaras, pois em todas as casas existiam "cristaleiras" e lá estavam elas decorando o móvel de sala. Só eram usadas para visitas, pois sua louça fina não resistiria aos embates do dia-a-dia.

Essa sempre foi a minha favorita, com seu dragão em alto relevo e sua vibrante cor laranja. Pertencia à minha mãe, e creio que foi presente de casamento (1944). Da coleção de 6 restou 1 para contar a história...
"Made in Japan".
Esta outra me fascinava com sua cor dourada. Seria de ouro ? Talvez eu assim pensasse quando era criança, diante do seu dourado intenso. Também pertencia à minha mãe, e creio que sempre foi filha única. "Made in Japan"
Esta, aparentemente menos suntuosa, exibe uma linda tonalidade furta-cor em seu interior, e apesar da "lembrança" escrito em português, expõe um "made in japan" no fundo.
Para o brasileiro cafezinho, xícaras japonesas, mas esta não possue nenhuma identificação de sua origem. Também pertenceu à minha mãe.
Outro exemplar em alto relevo, desta vez pertencente à minha sogra. Na cristaleira da minha avó Flora existia o jogo completo para café e chá, mas não sei que fim levou...
Também "Made in Japan".

Diante dessas "jóias" de delicadeza, e que não eram coisa de rico, pois minha família era simplesmente remediada (como gostava de dizer meu sábio avô Adelino), não posso deixar de pensar em como o Mundo era suave e chique. Diante do "oceano de plástico" reinante, da pressa para não se chegar a nada, da ambição que faz com que cada vez mais tudo seja tosco, feio, mal acabado (vide as louças das lojas de $1,99), só me resta perguntar:
-Aceita um chá ?

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DIA DAS BRUXAS ???

No afã de copiar o estilo de vida americano, introduzimos o Halloween nos nossos costumes. MAS...

http://i258.photobucket.com/albums/hh268/Faelind/Beltane_enhanced.jpg

Estamos no meio da Primavera, tempo de luz, cor, calor, amor.
Nesse período do ano, as tradições antigas celebravam Beltane.

"BELTANE - FESTA DA PRIMAVERA

(01 de Maio) H. Norte / (01 de Novembro) H. Sul

É o Sabbath da fertilidade, em que se celebra o casamento dos Deuses. As fogueiras de Novembro são acesas, e os postes de Novembro levantados. É uma festa alegre, em que as mulheres usam coroas de flores e todos dançam ao redor das fogueiras. Agradecemos pelo fim da metade escura do ano, e pelo início da época da luz. Abrimos nosso coração para a comunidade, e nossas vidas voltam-se para a mesma. O mundo já pertence ao Deus Sol, e a metade Luz do ano tem início."



Flores, muito sol, e a Natureza explodindo em cor e beleza. Os pássaros cantam como nunca e fazem seus rituais de acasalamento. A terra, molhada pelas chuvas fortes, desprende perfumes insinuantes e podemos sentir o Amor vibrar em cada átomo.

Como podemos comemorar o Dia das Bruxas, início do inverno, tempo de recolhimento e introspecção, com toda essa luz lá fora ? No Hemisfério Sul estamos na Primavera.
Que tal marcarmos a comemoração do Dia das Bruxas para 1º de Maio, quando toda a Natureza conspira para essa celebração ?

PS: visitem o blog da Hazel - Casa Claridade e vejam como é celebrado NO HEMISFÉRIO NORTE o Dia das Bruxas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

CHUVA DA PITANGA

Ao que parece ontem tivemos a primeira chuva da Primavera, do jeito que eu gosto, com a Natureza em movimento e som. Trovões, vento, granizo e água agitaram São Lourenço durante a tarde para depois, na bonança depois da tempestade, apreciarmos o lindo céu pontilhado de estrelas, os iluminados vagalumes e o ar fresco à noite.Minha pitangueira, pela primeira vez, ficou carregada de frutos este ano enfeitando de vermelho a copa verdinha.
Chuva de granizo sempre surpreende pois "pedra" caindo do céu não faz parte da rotina de nossa vida. A de ontem não foi das mais fortes, mas as pedras eram de bom tamanho, e fizeram bastante barulho nos telhados.
Hoje não precisei de muito trabalho para colher as pitangas que já estavam no chão, após a chuva de ontem.
Acho que dará um potinho de geléia ou uma boa jarra de suco.
Obs: a travessa branca foi herdada da minha avó Olívia, e é bem antiga.

domingo, 19 de outubro de 2008

RETRATOS DE UMA ÉPOCA DE CRISE

Crise é a palavra do momento, mas a humanidade vive em crise desde que começou sua peregrinação pelo planeta Terra. Algumas crises são grandiosas, como a de 1929, outras mais discretas ou localizadas, mas sempre estamos EM CRISE. Minha avó Olívia chegou ao Brasil em 1926, juntamente com minha mãe que era uma jovem portuguesinha de 14 anos. Pouco dinheiro, muita economia para quem não tinha o berço dourado da classe A. Os lindos vestidos de 1934 só eram admirados no Jornal das Moças.
Econômicas por vocação e por necessidade, minha avó e minha mãe aproveitavam cada pedacinho de pano para fazerem toalhinhas bordadas que enfeitavam sua casa simples, porém arrumadinha.
Os pedaços das mangas e das "fraldas" das camisas masculinas que não ficavam puídas de tanto uso, viravam blusinhas para as duas e toalhas para mesinhas. E com várias emendas, lógico.
Toalhas de mesa e panos de prato eram confeccionados com sacos de farinha de trigo reutilizados inteligentemente.
Na foto o saco feito de retalhos onde minha avó guardava seus retalhos preciosos.
Também os pães eram guardados em sacos de tecido.
Minha avó fazia tapetinhos de fuxico (que não tinha esse nome na época), para colocar na porta como capacho.
Tudo era muito bem aproveitado. Eu gostava de observar meu avô Adelino barbeando-se com navalha (meu pai já usava Gillette !), num ritual cuidadoso, onde ele usava o papel que envolvia o rolo de papel higiênico para limpar a navalha a cada passada no rosto. Dessa forma, os pelinhos da barba não caiam no ralo da pia.

Minha mãe gostava de contar que teve um par de sapatos que durou 12 anos, e outro (depois desse) que durou 14 anos !!! Usou o mesmo sapato durante 14 anos ! Como alguém podia viver assim, dirão as mocinhas de hoje.
Também pudera, pois só eram usados para passear, pois durante a lida diária e até mesmo as saídas para compras no bairro, o que usavam eram os famosos tamancos de madeira.
Além disso, meu avô, homem de mil e uma utilidades, sabia pôr solas nos sapatos.
Ainda o vi muitas vezes pondo a sola de couro nos sapatos da família, e lá ficava eu, encantada, acompanhando seu trabalho de sapateiro. O pé-de-ferro está comigo, hoje decorando minha varanda florida.

Acho que o mundo vivia em CRISE e não sabia.
Por isso era mais feliz...