Mas encontrei uma reprise do programa Sem Censura, do dia 5/6/13 e fiquei mais desperta do que nunca ! O tema - meio ambiente - que muito me agrada, prendeu minha atenção totalmente, e mostrou-me que é possível viver de maneira ecologicamente correta numa cidade verde, bonita e feliz.
Pesquisei bastante e encontrei boas informações sobre a Cecília P. Herzog, que estava lançando seu livro "Cidades Para Todos". Nele ela mostra o que encontrou pelo mundo, em cidades que estão mudando sua maneira de viver.
http://ceciliaherzog.wordpress.com/livro-cidades-para-todos/
Encontrei também, aqui : http://ceciliaherzog.wordpress.com/cidade/#comment-87
um texto muito interessante da Cecília. Abaixo está um trecho:
"Tive um insight a partir da aula de uma aula sobre evolução dos planos urbanos do Rio de Janeiro, com Nina Rabha. A cidade teve sua história baseada na tentativa de dominar os problemas de saúde e habitação através da alteração radical de sua geomorfologia e na eliminação de parte de seus ecossistemas. Como se isso fosse resolver as doenças que grassavam por aqui, além da febre amarela e outras moléstias contagias, estiveram sempre presentes: a pobreza, a partição social, a falta de saneamento. A paisagem que encantou e estimulou a curiosidade de cientistas e viajantes era considerada a causa de tantas desgraças. Então qual a solução? Acabar com ela. Simples assim, derrubar morros e com suas terras (além do lixo, que precisava ser jogado em algum lugar) aterrar aqueles locais que acomodavam as águas das chuvas: os brejos e áreas baixas. Com eles se foram a biodiversidade e os espaços para as águas.
As grandes obras visavam só resolver problemas conjunturais. Não que não houvesse proposições e planos mais visionários, mas o que se acreditava na época era que o que causava as doenças eram os miasmas. As doenças vinham da terra, da umidade. Portanto, nada mais natural do que secar tudo, de forma drástica e radical. Ou melhor, tentar secar o que é por NATUREZA, úmido! Estamos numa área tropical, de Floresta Tropical Chuvosa (a famosíssima Rain Forest, pelo menos por enquanto…).
Já no século XIX havia proposições de reaproveitar as águas das chuvas, arborizar adequadamente, lagos com bacia de captação, inclusive onde é hoje a Praça da Bandeira. O Plano Agache, já no século XX propõe um plano onde as áreas florestadas e as áreas verdes de uso público estão demarcadas para conservação, indica as áreas de expansão e tem objetivos claros de remodelar e embelezar a cidade. O Plano Doxiadis,faz um estudo detalhado sobre a cidade e faz projeções de crescimento para poder planejar a infraestrutura necessária para o futuro e visa resolver os problemas urbanos. Apesar de seus aspectos arquiteturais, tinha em sua parte legislativa uma proposta mais ambientalista, quer dizer, de trabalhar com a paisagem, com os processos naturais. Respeitar as águas. Esse fundamento foi completamente ignorado ao longo de nossa história.
Há que se louvar o replantio de Mata Atlântico iniciado por iniciativa de D. Pedro II no século XIX. Graças a ele, hoje temos o paraíso que se constitui no atual Parque Nacional da Tijuca.
O grande problema não é o que foi ou não realizado, o pior é que em pleno século XXI, com todo o conhecimento embasado em ciência, e com a tecnologia disponível hoje,ainda se insiste em fazer do mesmo jeito. Como se estivéssemos no século XIX, ou XX. Aterrar as áreas que deveriam ser preservadas nas baixadas para construir barreiras viárias, e lotear para que o mercado imobiliário possa continuar seu incessante caminho de crescimento sobre áreas inadequadas. É surpreendente, senão inadmissível do ponto de vista ambiental e humano. Como botar gente para morar e circular em áreas de risco, seja de alagamento, seja de deslizamento?
Onde estão os Estudos de Impacto Ambiental? Os diagnósticos da paisagem? Como saber como ocupar? Como sabemos disso? Cadê a transparência e participação que a Agenda 21 e o Estatuto das Cidades prevêem? Quantas perguntas que levam ao bom senso, à compreensão que as intervenções na paisagem têm um custo, e como medir esse custo? O que perdemos e o que vamos ganhar?
Estamos estragando um patrimônio natural que deveria ser preservado para as próximas gerações, em nome de um crescimento econômico predatório. Mas, só existe essa forma? Não haveria possibilidades mais ecológicas de se pensar a cidade onde 6 milhões de pessoas vivem? Como transformar o crescimento em desenvolvimento? Voltar os faróis da economia para o desenvolvimento sustentável, com energia solar, eólica ou da maré. Investir em educação e alta tecnologia. Atrair as empresas que já fizeram a virada para a economia verde, terceiro milênio. As melhores e mais potentes empresas estão nesse processo e seus funcionários engajados na causa ambiental. Esse universo empresarial busca lugares agradáveis, saudáveis e integrados com a natureza e seus processos para se instalar, pois seus colaboradores preferem. Existem maneiras ecológicas de fato de desenvolvimento com uma infraestrutura verde orientando o processo, em vez da infraestrutura cinza (vias, tubulações, canalização de rios etc.).
Muitas cidades já implantaram infraestruturas que mimetizam a natureza e estão trabalhando seriamente nisso. Estão trabalhando com a natureza: custa mais barato no longo prazo, tanto financeiramente como em saúde e perdas humanas.
E as Mudanças climática, o que irão acarretar? Basta pensar na Defesa Civil? Será que não dá pra adaptar e procurar amenizar os impactos? Existe um movimento em andamento de cidades que já estão se preparando para enfrentar os desafios causados pelas mudanças climáticas.
Por aqui parece que estamos fora do planeta, só se fala em como se reagir aos estragos que os eventos extremos causam. E como se adaptar para prevenir? Dá sim, tem muita gente pesquisando, fazendo e trabalhando seriamente para isso. Os resultados já começam a aparecer."
Cecilia P. Herzog
Rio , 21 de setembro de 2010
PS: meu computador está recusando-se a colocar fotos e só consegui por essa !!!
Olá, querida Flora
ResponderExcluirNa minha Cidade (RJ) eu não creio numa mudança repentina pois a começar pelo lixo extremo na baixada fluminense, não vejo uma mudança imediata que urge a nossa situação emergente do planeta...
Mas, para não ser derrotista, coisa que não muda em nada o ambiente, vou tendo fé que é possível, fazendo a minha parte de não jogar nada no chão, por exemplo, é pouco mas...
Bjm fraterno
Querida Orvalho:
ResponderExcluirSei que a situação está negra, que estamos descendo para o fundo do poço... Mas também sei que tudo passa e logo a situação ficará verde ! Acreditar sempre ! Desistir, nunca !!!
Beijo
Wonderfull landscape
ResponderExcluirObrigada pela visita e comentário, Louisette !
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