quinta-feira, 7 de março de 2013

RENATURALIZAÇÃO DOS RIOS - Voltando ao Natural

Em Março, mês da Água, meu assunto na Teia Ambiental fala da Renaturalização dos rios e córregos.
 "RENATURALIZAÇÃO" = Processo de trazer de volta a condição de rios mais natural e original possível. 
O Homem inventa, experimenta, modifica e, no final das contas, chega à conclusão que quem criou esse planeta lindo sabia muito bem o que estava fazendo !
Se um rio dá tantas voltas, faz tantas curvas, é para ser assim mesmo.


" Durante muito tempo, a estratégia da engenharia fluvial e hidráulica esteve orientada no sentido de retificar o leito dos rios e córregos, para que suas vazões fossem dirigidas para jusante pelo caminho mais curto e com a maior velocidade de escoamento possível. Os objetivos principais visavam ganhar novas terras para a agricultura, novas áreas para a urbanização e minimizar os efeitos locais das cheias."
http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf


" A realização de obras com base naquela concepção teve conseqüências não satisfatórias: a variedade de biota*  foi reduzida de uma maneira alarmante e as cheias hoje causam prejuízos cada vez maiores".
Biota é o conjunto de seres vivos de um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros organismos.
http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf

"Na maioria dos países da Europa, durante a primeira metade deste século,

muitos rios e córregos foram retificados com o objetivo de proteger zonas
urbanas, vias de transporte e terras agrícolas contra as enchentes que ocorriam
regularmente". 



. "A tecnologia adotada era a de transformar os rios em leitos com
perfil regular, muitas vezes com margens revestidas. As considerações
ambientais não mereceram prioridade. Essas obras fluviais tinham impactos
negativos, especialmente em relação a biota dos rios e das baixadas"


" Verificou-se forte pressão para a ocupação e a utilização de áreas sujeitas a inundações. Novas estradas, estações de tratamento de esgotos e a urbanização reduziram o leito maior dos rios e diminuíram as áreas de retenção de enchentes.
http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf



 " Baixadas com córregos retificados e canalizados favoreceram a atividade agrícola intensiva. Entretanto, a redução do comprimento do curso do rio e a uniformização da seção de vazão aumentam a velocidade da corrente e conseqüentemente a erosão e o assoreamento à jusante, exigindo obras de vulto para manter o leito do rio retificado"
http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf
.

" Em épocas de enchentes extremas, são freqüentes os prejuízos materiais e, às vezes, humanos. A ruptura da interação natural entre rio e baixada ocasiona o empobrecimento dos ecossistemas com perda da diversidade biótica".
http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf


"Depois de lutar muitos anos tentando domar os rios e as águas, nas cidades, o homem urbano se vê diante de uma nova tendência: renaturalizar. Deixar os rios voltarem aos seus cursos naturais, com os seus meandros e devolver a eles as suas várzeas, para a ocupação na época das cheias.
O ser urbano tem que ficar preparado contra a "vingança das águas". Seja a cada 25, 50, 100 ou 200 anos ela virá, causando devastação."
http://vicosacidadeaberta.blogspot.com.br/2009/07/renaturalizacao.html


"A reação ambientalista tem tido um papel importante para de contrapor à pretensa racionalidade que tem como um dos paradigmas máximos a reta como o caminho mais curto. Tem sido para o desastre. 
A nova racionalidade não é a preservação absoluta ou um romântico retorno à natureza. 
A nova racionalidade está numa composição adequada entre o homem e a natureza." 
http://vicosacidadeaberta.blogspot.com.br/2009/07/renaturalizacao.html


10 comentários:

  1. Olá, querida Flora
    Fiquei impressionada com as obras eleitoreiras da minha Cidade... tivemos um avanço, entretanto!!!
    Tivemos, pelo menos, valões tampados que antes causavam enchentes esporádicas... Aliviou a quem mora ao redor...
    Quanto à Lagoa na Região dos Lagos, está quase devagar parando a revitalização... é pena demais!!!
    Ontem me deliciei com águas limpas num matiz de verde e azul na Praia do Forte... se tudo fosse assim,ao menos, por perto de onde moro...
    Vc mostra tudo e põe a fonte... muito bacana!!!
    Bjm de paz e bem

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  2. Muito bem desenvolvida a temática. Como precisamos ficar alerta as vinganças da natureza.
    bjs
    Estou participando este mês.

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  3. Oi Flora querida!

    Menina esse tema é sempre muito importante! São poucas as pessoas trabalhando com seriedade sobre esse problema tão sério. Então vamos falar muito pra que algo de bom seja feito com urgência!

    Saudade de vc, minha flor!!!

    Bjinhos

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  4. OI, Orvalho:

    O problema é que quando tampam valões, córregos, e cia, no momento em que a água vem com vontade, inunda tudo !
    No Rio, eu sempre ficava intrigada por que uma rua que fazia esquina com a minha, ficava alagada. Não entendia de onde vinha aquela água que inundava as garagens subterrâneas e incomodava os moradores...
    De tanto perguntar, descobri que corria um riacho por baixo dela e quando chovia muito ele subia, a água saía pelos bueiros e era aquele aguaceiro !!!

    Não adianta "tapar o sol com a peneira", nem cobrir caminhos de água...
    Um dia o Homem aprende !

    Beijo

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  5. Oi, Norma, muito bom ter você na Teia Ambiental !!!

    Gosto muito do ditado que diz que : Deus perdoa sempre, o Homem às vezes, mas a Natureza, nunca !

    Só acho que não é questão de perdoar ou vingar. É simplesmente a lei de causa e efeito.

    Beijo

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  6. Oi, Kátia:

    Esse é mais um tema que merece ser pensado e repensado...
    O Homem sempre mexendo com a Natureza, alterando rios, córregos, desmontando montanhas, aterrando várzeas, desmatando florestas...
    Depois reclama das consequências !

    Beijo

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  7. Oi, Flora!
    Pois... nem percebo como pensamos ser capazes de "moldar" os cursos dos rios a nosso bel prazer! É isso e construir em leitos de cheia (que foi o que aconteceu cá em Portugal na ilha da Madeira e há pouco tempo houve umas inundações tais que deixaram tantas famílias sem casa). E também é isso que tentamos fazer com as nossas crianças, "moldar o curso das suas águas, da sua nascente" e bem, dá no que dá...
    Que bom terem começado por aí a "renaturalizar". Aqui também andam tentando fazer algo, pelo menos já há leis que não permitem canalizar uma linha de água assim por tudo e por nada como havia sido até então. Eu no meu trabalho (trabalho na aprovação de novas urbanizações e edificações, numa Câmara Municipal) faço por verificar isso muito bem! E tenho tido alguns sucessos, impedindo algumas barbaridades, dentro do pequeno volume de casos que me cabe.
    Muitos beijinhos e grata por me lembrar e motivar a participar na Teia!
    Isabel

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  8. Volto para contar algo mais a respeito. Aqui há dois anos assisti a isto: tinham desviado um troço de uma ribeira numa parte aqui do concelho de Cascais, achando que isso ia melhorar o que acontecia até então em anos de cheia; o que aconteceu nas cheias seguintes, foi que a água chegou àquela parte do desvio e galgou a estrada precisamente pelo sítio onde corria antes e no resto do canal que foi construído como desvio não corria água... ainda não voltaram a repor a situação (não houve mais cheias desde então), mas é tão óbvio que não entendo estas decisões políticas (que são políticas e tentam arranjar técnicos que as satisfaçam). Eu trabalho em conjunto com uma colega arquiteta paisagista com quem tenho aprendido muito sobre rios e ribeiras e linhas de água e outras características naturais dos terrenos e como preservá-las mesmo havendo alguma construção à volta; ela é muito "naturalista" (pois há arquitetos paisagistas que o não são) e percebe muito do quase pouco que é necessário para preservar uma bela ribeira (mantendo-a limpa, não retirando a vegetação necessária ao ecossistema e que "faz parte da ribeira" e pouco mais. Gosto muito de trabalhar com ela neste aspecto e em muitos outros, nós e um outro colega fazemos uma bela equipa, sou muito grata por poder trabalhar assim em uníssono. Obrigada, Flora, por abordar este tema.
    Mais beijinhos! :)
    Isabel

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  9. Minha querida Isabel:

    Fiquei feliz em saber que no seu trabalho consegue impedir essas barbaridades que costumam acontecer nas cidades !!!

    Acompanhei o que aconteceu na linda Ilha da Madeira, e foi muito triste ver como a água arrastava tudo no seu caminho. Assim é a Natureza: não há força humana que consiga domá-la.

    Assim são as crianças...

    Outro dia saí para fazer uma pesquisa que me pediram, e fui atrás de um dos córregos que existem aqui na minha cidade e que está canalizado em grande parte, mas em outra ainda está à céu aberto. E lembrei do que me contou uma amiga que mora na Alemanha sobre o que tiveram que fazer por lá: levar o rio novamente para seu leito original, o que custou muito dinheiro e trabalho !

    Então, pesquisando na net, encontrei essa história de "renaturalizar" rios e córregos e achei muito interessante. Sinal de que ainda existe esperança...

    Obrigada pela visita e comentário.
    Beijo

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  10. Oi, Isabel:
    Respondi seu primeiro comentário antes de ler o segundo ! E olha que v. também conta o mesmo problema acontecendo aí !!!

    É uma bênção trabalhar com pessoas que partilham as mesmas idéias.
    Eu não sou arquiteta, nem paisagista, nem engenheira, nem bióloga, mas interesso-me pelo assunto Natureza, leio bastante sobre ele e acabo discutindo com os profissionais que não tem a visão do meio-ambiente em primeiro lugar.

    Todos esses temas que são abordados na nossa Teia Ambiental são motivo de discórdia entre várias pessoas com quem convivemos.
    É muito difícil, para uma boa parte das pessoas, aceitar que devem REDUZIR E REUTILIZAR; que devem manter a vegetação em seus quintais, diminuindo assim a impermeabilização do solo; que o lixo deve ser separado; que é importante reduzir o consumo de água e energia; que é necessário diminuir o consumismo, etc, etc, etc.

    Mas, apesar disso tudo, ainda tenho esperanças...
    Acredito que, por bem ou por mal, nós seres humanos aprendemos nossas lições.

    Beijo

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