"MEU AMOR BRASILEIRO"

Em 1953, usando a belíssima voz de Carlos Ramirez, Ricardo Montalban aparece no filme "LATIN LOVERS", traduzido no Brasil por "MEU AMOR BRASILEIRO", encantando e conquistando a linda Lana Turner.
Eu tinha 10 anos quando, em 1954, fui ao cinema ver esse filme. Quem me levou foi uma visinha, já mocinha de 16 anos, que assim que retornou à casa, foi correndo comprar o LP com as duas músicas principais ! Era o sucesso do momento !

Ricardo Montalban, ator mexicano, começou sua carreira em 1942 e ao longo de mais de 50 anos atuou em teatro, cinema e TV. Frequentemente interpretava homens latinos, corajosos, apaixonados, que deixavam as mulheres suspirando. Mas ficou imortalizado como o misterioso Mr. Roark, da série de TV "Ilha da Fantasia".

Carlos Ramirez é um dos mais famosos cantores latino-americanos de todos os tempos e o maior representante colombiano no cenário musical.


Eu também apaixonei-me por essas músicas ! Não tinha a menor idéia do que elas diziam, mas gostava muito do som. Muitos e muitos anos depois, já casada, consegui rever o filme na famosa Sessão da Tarde, na Globo, onde eram exibidas preciosidades dos tempos idos. Com olhos de adulto pude perceber a fragilidade do mesmo, mas o seu charme latino continuava o mesmo !
A beleza da Lana, a fascinação da dança-falso-samba, o vozeirão do Carlos Ramirez, e o sedutor Ricardo Montalban.

Deixo para vocês, a "Lição de Dança".
Procurem, os mais jovens, penetrar nesse mundo de fantasia dos anos 50 e sentir a graça dos gestos tão diferentes dos atuais.
Para os mais velhos, e românticos como eu, ficam as imagens de um tempo que passou e não voltará jamais...

VISITA SURPRESA !!!

Foi com alegria que recebi ontem a visita- surpresa da minha amiga, agora não só virtual, Sonia Novaes, do blog Cantos e Encantos !

Ela chegou toda faceira, no seu confortável carro, sofrendo as agruras da minha estrada de terra. Mas conseguiu chegar !

De câmera fotográfica em punho foi registrando tudo que encontrava de interessante. Viu pássaros bonitos e muito mato, agora nesses tempos de chuva onde o mato prolifera abundantemente.

Conversamos, ouvimos histórias interessantes, ganhamos presentes e fizemos um lanche simples na varanda azul. E a Sonia também veio de azul para combinar com ela.
Foi muito bom conhecer pessoalmente a pessoa que só conhecia via net ! Admiro suas postagens onde imagens maravilhosas me deixam encantada.
Agora é programar outra visita, para que ela possa ter o almoço vegetariano que fiquei devendo...

ONDE CRESCEU O MEU PAI.

Meu pai nasceu no Enxertado, uma aldeia pequenina e tão remota que para chegar nela só em lombo de burro!

Passou sua infância entre o Enxertado e Felgueiras, onde também morou.

No inverno a água congelava, e ficava impossível ir à escola com o caminho tão coberto de neve.

Mas o rio que por lá passava tinha águas tão cristalinas que dava para se enxergar o fundo !

E a linda Serra da Estrela ficava perto.

Na foto, a casa da Mãe-Velha, em 1953.

Essas e outras histórias fui ouvindo de meu pai que, homem sensível e saudoso, gostava de relembrar sua infância em terras portuguesas.

Quando meu pai tinha 11 anos meu avô veio com a família “tentar a sorte” no Brasil.

Aos 25 anos meu pai voltou, à passeio, a sua terra e lá encontrou as mesmas emoções que o acompanharam por toda a sua vida. A casa de sua avó - carinhosamente chamada de Mãe Velha - de pedra como tantas outras existentes nas aldeias de Portugal , lá estava, tão pequenina agora que precisava abaixar-se para passar pela porta. Mas ela não era enorme ?

E a árvore que ele avistava, pertinho da janela do quarto em que dormia , e onde os passarinhos vinham cantar para alegrá-lo ?

E as frutas maravilhosas, colhidas no pé, saborosas e doces como não existiam em nenhum outro lugar ?

Nessa ocasião, já adulto, meu pai pode reconhecer as belezas de sua terra natal, recordando os dias difíceis, porém felizes, vividos naquele cantinho das montanhas.

Em 1968, já com 66 anos, meu pai visitou pela última vez sua aldeia, levando minha mãe para conhecer aquele lugar encantado que ele guardava no coração. Agora já não era preciso subir no lombo do burro, pois existiam estradas e carros para chegar até lá !

Na foto, meu pai, em 1968, aguando as flores da minha avó Olívia.

Nunca visitei a terra do meu pai, mas suas palavras ficaram eternamente marcadas em minha memória. Sinto um carinho imenso por esse lugar que não conheço pessoalmente, mas que também faz parte da minha vida.

Meu pai, como consta em seus documentos: Antonio Guedes de Mello , natural de Eirado do Enxertado, Freguesia de Resende, Concelho de Resende, Distrito de Viseu.

FLORES DE FEVEREIRO

O destaque do momento, aqui na minha terra, é a magnífica florada das Paineiras da Estação !
São 6 majestosas árvores plantadas à margem da linha férrea e que fazem o meu encanto durante todo o ano, nas suas diversas fases. Em 2010 elas estão lindas como nunca vi !

Fazendo parte do meu trajeto para o centro da cidade, observo paulatinamente o abrir de suas flores. Até acreditei que neste ano não teríamos muitas, mas enganei-me totalmente !
Essa da foto é a primeira árvore, para quem está indo no sentido centro, e perdeu quase que totalmente as folhas, que deram lugar a essa nuvem cor-de-rosa.

Outra mais adiante criou um tapete lindo sobre o gramado. Que vontade de pegar um punhado das grandes flores e levar comigo !

A última tem uma coloração mais forte e também já fez seu tapete rosado. Lindo, lindo...
A minha vontade era mostrar para as pessoas que passavam aquela beleza toda !
Quando encontrei um turista, de máquina fotográfica em punho, já na ponte da estação, parei-o e contei da beleza escondida no bairro, longe da visão dos visitantes.
Ele acreditou em mim e partiu para registrar a florada da Paineira.

Diante do esplendor da Paineira, a minha querida Cássia até ficou esquecida ! Mas aqui está ela, aquela que estava abrindo as flores, umas postagens atrás. É a árvore que vejo da janela do atelier. Ela tem as flores e as folhas menores do que .........

... essa, que está no bosquinho em frente a minha varanda. Suas flores são muito vistosas.

A Quaresmeira, árvore-símbolo de São Lourenço, já está dando o ar da sua graça !
Essa beleza da foto está apertada na frente de uma casa, mas olha só que cor maravilhosa !

As nativas do meu sítio ainda estão começando a despertar. Elas florescem mais tarde, quando a Natureza determina.

Espero ter belas fotos para mostrar...

FANTASIAS DE UMA CRIANÇA...

Nunca "brinquei carnaval" ! Filha de comportada e discreta família portuguesa, jamais participei de bailes, blocos e, muito menos, usei fantasias. E mesmo que a família fosse de " cair no samba" eu não iria junto, pois minha timidez impedia esses rasgos momescos de liberação. Mas as fantasias... ah, as fantasias! Como eu gostaria de vestir-me de cigana, odalisca (ainda não existia a Jenny !!!) ou espanhola !

Mas minha filha usou a linda fantasia de Odalisca, agora travestida em Jenny, heroína da série de TV.
Fiz branca igual a uma que vi nos meus tempos de criança e pela qual fiquei apaixonada. Branca e com pérolas !

Durante minha infancia, lá pelos idos de 1950, Carnaval para mim era uma festa de visões, sons, gostos e cheiros sedutores. Eu adorava o meu carnaval dos sentidos, e sentia uma emoção gostosa durante os 3 dias (que eram 4 !) de folia e brincadeira.
Acordava no sábado e corria para apreciar, da minha varanda no apartamento do 3º andar, a arrumação das barraquinhas na calçada da Loja Modelo do Juquinha, onde os mágicos filtros de vidro transparente mostravam a tentação dos sucos de groselha e limão.
Ainda vou comprar um filtro desses...

"Na foto, meu marido, com o seu irmão, viveu um Carnaval igual ao meu, e no mesmo bairro. Mas o dele tinha direito a fantasias... E como ele adorava usá-las, naquele tempo encantado da sua infancia !"


Na calçada, bem debaixo da minha varanda, ficava a barraquinha de cachorro-quente, e aquele cheiro-tentação subia, subia e penetrava pela casa, acentuando o clima de carnaval. Nós não comíamos "comida de rua", mas minha mãe fazia o nosso cachorro-quente e nossos sucos !
Outras barraquinhas vendiam apetrechos de carnaval e, entre confetes e serpentinas a MARAVILHOSA lança-perfume !!!
Que perfume maravilhoso era aquele ! É uma das lembranças mais saudosas da minha infância o cheiro que saía daquelas ampolas metálicas, ou de vidro, douradas ou prateadas. Naqueles tempos nem podíamos imaginar o uso que era dado à nossa querida lança-perfume, uso esse que resultou na sua proibição.
Já adolescentes, contávamos quantas espirradas tinhamos recebido durante os passeios pelas ruas, sinal evidente do interesse dos rapazinhos na época.

Eu morava numa rua que tinha uma praça em frente, formando um largo onde os blocos vindos de várias direções cruzavam uns pelos outros misturando os foliões, que muitas vezes começavam em um bloco e terminavam em outro.
Quando ouvíamos o som dos pandeiros e tamborins, corríamos para a varanda, e de lá apreciávamos todo esse movimento.

Quantas fantasias bonitas eu vi nos meus Carnavais antigos ! Os adultos passeavam fantasiados, antes dos bailes, mostrando seu traje de festa, e alguns blocos tinham sua tradição, como o Bloco dos Tamanqueiros que passavam com o barulho característico dos tamancos no chão de paralelepípedos.

Passear pelas ruas do bairro, acompanhando de perto o Carnaval, ou apreciar "de camarote", lá na minha varanda do 3º andar essa manifestação popular, fazia parte do meu puro Carnaval dos tempos idos.

Como diz meu querido amigo Filipe: - "Que saudade..."

CULINÁRIA VEGETARIANA - Pastelão de Legumes

Para entender melhor a culinária vegetariana sugiro a leitura do excelente livro da Sonia Hirsch - PRATO FEITO onde, de forma inteligente e engraçada, ela vai contando histórias e dando receitas.

A receita de hoje aprendi no curso que foi ministrado no lindo (e extinto) restaurante Namastê, mas ainda pode ser saboreada, aqui em São Lourenço, no restaurante Raio de Luz, da Nazaré (e família) .
Ou aqui em casa, por ocasião dos Cursos de Numerologia !

PASTELÃO DE LEGUMES

3 xícaras de farinha de trigo integral - 1 colher (chá) de sal
1 xícara de farinha de trigo branca - água morna até dar ponto (+ ou - 1 xícara)
150 grs. de manteiga
3 colheres (sopa) de óleo

Misture os ingredientes até obter uma massa homogênea. Deixe descansar 1 hora. A massa fica macia e fácil de manusear.
Divida em duas partes. Unte forma com óleo e acomode uma parte da massa. Coloque o recheio e cubra com a massa restante. Fure com um garfo e asse em forno médio. Não tenho o tempo marcado, observando, pela experiência de cozinheira, quando está cozido. Não fica dourado, pois não é pincelado com manteiga e gema.

RECHEIO:
1 molho de brócolis, lavado, cozido em água e sal - 3 colheres (sopa) parmesão ralado
1/2 ricota amassada (+ ou - 250grs) - 20 azeitonas pretas
2 colheres (chá) gergelim - 2 colheres (chá) de sal
2 colheres (sopa) de azeite - 1 colher (chá) de Lemon Piper
1 pitada, à gosto, de noz moscada ralada

Pique o brócolis em pequenos pedaços, tempere com o azeite, junte as azeitonas e coloque sobre a massa.
Misture a ricota já amassada, com o parmesão, sal, Lemon Piper, que é uma pimenta suave (opcional), gergelim, noz moscada e um pouco da água morna do cozimento do brócolis, pois ajuda a dar uma consistência cremosa. Ponha sobre o brócolis.
Cubra com o restante da massa.


Sirva com:
Arroz integral, Feijão branco com cenoura, Farofa de aveia, Salada de abóbora com cebola picada, Salada verde com alface, agrião, pepino, manjericão.

BELEZA ASSUSTADORA !!!

A frase mais ouvida nos últimos tempos é: "Nunca vi isso antes" !
Nunca vi tanto calor, nunca choveu tanto, nunca teve nevasca tão forte...
Outro dia eu vi um arco-íris "como-nunca-tinha-visto-outro-antes": cores fortíssimas, duplo e ainda estava num final de tarde com uma luminosidade como raramente se vê igual !



Hoje foi o céu plúmbeo e assustador que fotografei no percurso para casa.


Olha a cor no horizonte ! Assustadoramente linda, prenunciando uma tempestade terrível.

Após um dia de sol e calor, encontro esse céu preto, e bem em cima da minha casa !!!


As lindas Paineiras da Estação (que não estão tão floridas este ano) ficaram interessantes sobre o céu azulão.


Corre que vem chuva forte ! Tira a roupa da corda, fecha as janelas...
Mas não choveu nada ! Pingos esparsos, um delicioso ar gelado e puro e rasgos de amarelo-sol no poente.

"Nunca vi nada igual"...

2 DE FEVEREIRO - A CANDELÁRIA

Minha mãe nasceu no dia 2 de fevereiro, e seu aniversário era a festa mais importante desse dia que eu conhecia. Anos mais tarde fui tomando conhecimento dos outros festejos dessa data.

YEMANJÁ

Na Umbanda, Yemanjá é a Raínha do Mar. Ela corresponde ao deus Netuno na mitologia romana, o senhor absoluto de todos os mares.
Na mistura religiosa o culto a Yemanjá vem de épocas remotas da história brasileira.
Os índios, bem como os antigos negros cultuavam-na com o nome de Janaína.

njNo hemisfério norte é a Festa da Purificação da virgem Maria e da apresentação de Jesus no templo. Essa festa foi enxertada no antigo Festival de Luzes, associado com a deusa Ísis, e com o festival romano chamado Lupercália.

ÍSIS

Para o povo egípcio antigo, Ísis representava a energia feminina divina e era conhecida como Ísis dos dez mil nomes, a mãe divina com suas várias encarnações.

A Candelária também é uma antiga celebração em honra de Ísis e, em sua forma céltica, associa-se a Brighid e à cerimônia de "lavar a face da Terra".

A Candelária iniciou-se na antiga Irlanda, nas comemorações da deusa Brighid, homenageada como A Noiva do Sol. Apesar de ser o auge do inverno, este festival era dedicado ao aumento da luz e ao despertar das sementes enterradas na terra congelada.

O inverno ainda não foi embora, mas por baixo da neve a vida floresce e ganha força.

É o Festival das Luzes, em que se acendem velas por toda a casa, especialmente nas janelas para anunciar a vinda do Sol.

(ditosmitosritosii.blogspot.com)
(Prática DaMagia Ritual - Gareth Knight)
(www.olhasoaqui.com)

Mas tudo isso é para o Hemisfério Norte, pois para nós aqui do Sul a história é outra...