Parece que continuo indo fundo nas minhas raízes portuguêsas...
Páginas
▼
domingo, 7 de setembro de 2008
BAÚ VELHO - AÇORES
Dentre minhas "preciosidades seculares" está uma revista portuguêsa de 1914 !!! Papel bom, quase inteira, só faltando a capa, a ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA - CRONICA tem o nº422 e data de 23-3-1914. Pertencia ao meu pai, e foi mais uma das minhas heranças queridas.
Esta postagem vai especialmente para minha amiga virtual Nélia, que reside nos Açores, pois na revista estão estas incríveis informações sobre a quase inatingível Ilha do Pico.
"Fazer uma viagem aos Açôres é, no seculo vinte, uma coisa tão demorada e tão cara, como se estivessemos a dois passos do invento do vapor. Sae-se de Lisboa e levam-se bem seis a sete dias para chegar á ilha do Pico, quasi o dobro do tempo que se gasta de qualquer porto da Inglaterra a New-York ! Se as passagens tivessem já a redução que deviam de ter, e as maquinas um pouco mais de força, estou certo que alguem sempre se tentaria a uma digresssão pelas nove ilhas açoreanas, onde encontraria, em cada uma, encantos e belezas especiaes a admirar.
"Observe comigo o quadro magestoso e surpreendente que oferece a entrada n'esse pedaço de mar, que se chama - o canal entre o Faial e o Pico. São duas ilhas que a natureza colocou em frente uma da outra, a pequena distancia; a do Pico elevando-se a dois mil e tantos metros de altitude, a do Faial, baixa, com a casaria branca da sua cidade, a debruçar-se para a bahia, ambas belas, ambas formosas, a primeira caracterisando-se pelo seu aspéto vulcanico, a segunda pela graciosidade das suas montanhas e dos seus vales, pelos seus terrenos cultivados até á beira-mar, pelo colorido das suas hortenses, formando trechos policromos, como se a paciencia de um chinez se tivesse entretido a colocar ali finas porcelanas."
"Debruçado de qualquer janela, de qualquer varanda, passeando nas ruas da cidade, a ilha do Pico formada toda pela sua enorme montanha, n'um desenho acentuado de piramide, impõe-se-nos aos olhos na multipla variedade de côres, que, a cada instante, lhe vae imprimindo a luz do alto, oferecendo aspétos diversos. É azul agora para logo se cambiar n'um tom verde; é, mais logo, de uma côr de rosa viva, para depois toda se incendiar n'uma braza, quando o sol lhe bate de chapa".
Parece que continuo indo fundo nas minhas raízes portuguêsas...
Parece que continuo indo fundo nas minhas raízes portuguêsas...
Bom dia, Flora!
ResponderExcluirBonito post!
Tenho um prémio para si no meu blog.
Beijos!!
que bonitas Flora...
ResponderExcluirainda não me esqueci da tua pergunta sobre as formigas!
e que coincidencia hoje fiz um poste sobre Illustração Portuguesa também
um abraço
Mary
Oi, Hazel:
ResponderExcluirObrigada pelo prêmio e pelo carinho !
São esses gestos de amizade que fazem a vida tão fabulosa, não é mesmo ?
Beijo
Flora Maria
Oi, Mary, obrigada pela visita, e aguardo alguma informação sobre o estranho doce da minha mãe.
ResponderExcluirJá visitei seu blog e achei lindas as capas da Ilustração Portuguêsa !
Beijo
Flora Maria
Olá Flora!
ResponderExcluirQuerida amiga!
Estou encantada com este post...é mesmo uma relíquia a sua revista e muito interessante a visão da altura sobre os Açores...tão longe...!O Pico é uma ilha linda! Aliás todas o são e na sua variedade dá para todos os gostos.Embora natural de S.Miguel os meus avós maternos são do Faial, onde, nos meus tempos de infância passei muitos Verões...e o Pico fica mesmo em frente.
Quanto à mala/bolsa também acho muito interessante os termos diferentes, mas vou entendendo.
inté -versão popular do "até breve"(já aprendeu mais uma!)
bjs
Nélia
Que bom ter gostado, pois eu, que já tenho essa revista há muitos anos,fiquei surpresa quando li sobre a Ilha do Pico. Acho que nunca tinha prestado muita atenção...
ResponderExcluirGraças à você e às hortênsias, comecei a conhecer melhor as ilhas encantadas.
Nossa lígua portuguêsa é mesmo muito interessante e rica, e vamos nos entendendo nas diferenças.
Beijo
Flora Maria
Olá Flora
ResponderExcluirSou Marcos, marido da Denise e com ela divido o "Aqueles Tempos...".
Vim agradecer seu comentário.
Vejo que você e seu marido também gostam de cultivar o que vale a pena, amizades, recordações... Vejo também que é amiga de nossa amiga Nélia (ela faz coisas do arco da velha, com agulha e linha).
Gostei muito do "Na Era do Rádio". tanto que criei um link "Também tem Memória" para blogs como ele no "Aqueles Tempos". Legal, acho que essa relação pode dar caldo.
A gente se "vê" por aí.
Beijo Grande
do Marcos
Agora vim comentar seu post.
ResponderExcluirImpressiona a dificuldade daqueles antigos desbravadores. Esses nem tanto desbravadores como os portugueses das caravelas, mas mesmo assim aventureiros por necessidade.
Outro dia, olhando o mapa-mundi, estava conversando com a Denise sobre o destemor dos navegadores portugueses para conquistarem terras tão distantes. O Brasil foi "café pequeno" para eles, afinal estava logo "ali". Mas os caras foram parar na Indonésia, China, India...Meu Deus, naqueles barquinhos pequeninos. Eram muito peitudos.
Me orgulho de ter o sangue português nas veias.
Marcos, não preciso nem dizer o quanto gostei da sua visita e comentário duplo !
ResponderExcluirÉ muito bom ir encontrando pessoas que comungam com nossas idéias, gostos, sentimentos,sonhos, etc.
Obrigada
Flora Maria
Oi, Marcos, o Gilberto agradece, e irá fazer contato.
ResponderExcluirObrigada
Que belo post. Tens ai uma verdadeira preciosidade (inveja :P )
ResponderExcluirAdoro os Açores são um sitio lindo lindo :) Sempre que queremos marcar ferias começamos a pensar em vários locais e acabamos por ir sempre aos Açores :P heheh
P.s.: O meu nome??? é top secret!!! Porque? :P