quinta-feira, 30 de junho de 2011

FLORES DE JUNHO

As flores deste Junho estão bem discretas aqui em casa. É muito interessante perceber esse movimento de vai-e-vem que existe na Natureza. Em alguns anos as flores vem com muita intensidade enquanto em outros parece que economizam sua energia.

A Dombéia, apesar de estar com muitas flores, tenho a impressão que elas estão menores. Não sei se é porque a planta está muito grande, esgalhada. Ou talvez porque a área onde ela fica está com muita sombra.


O Jasmin-de-S. José está se espalhando, mas com poucas flores.

Essa Begônia está cheia de flores ! É uma alegria poder admirá-la enfeitando minha varanda !

O querido Bico-de-Papagaio continua firme e forte, mês após mês, com suas lindas flores salpicando de vermelho meu jardim verde !

O Abutilon é atração irresistível para o beija-flor que vem sugar seu néctar e encantar-nos com sua buliçosa presença !

Junho já terminou, e assim vai girando a Roda do Ano...

sábado, 25 de junho de 2011

CAMINHO DO ARTESANATO NA MOSTRA DE ARTESÃOS

Amanhã termina mais uma edição da Mostra de Artesãos do Sul das Gerais e, apesar do cansaço, fica sempre um gostinho de quero mais...

O estande do Caminho do Artesanato mostrando um pouco da arte dos seus artesãos.

Marília Araújo (Ladaínha) e as lindas almofadas em chita pacientemente rebordada.

Três artesãos e suas versões para a famosa galinha d'angola.

Da Parada Ramon vieram os bonitos tapetes em tear mineiro da Lucotinha.

Meu mais novo produto - o pequeno estandarte em chita - foi vendido logo no primeiro dia, não ficando nem um para contar a história !

Sucesso de sempre, os mapas da Estrada Real feitos pela Tania (Fazendo Acontecer) !
Da Eli (Brincadeira de Papel) é o bordado em juta, em centros de mesa, bolsinhas e capas para vassouras.

A beleza da pintura Bauer da Alcione (Fábrica das Artes), dessa vez também em banquinhos.

Vanessa (Pedaços de Minas) e o colorido trabalho em tecido para cadernetas e bolsinhas.

Outra arte da Marília (Ladaínha) é a modelagem e aqui está a árvore de maritacas.

Mercedes (Trama e Cor) e seu lindo trabalho em tear, usando fios importados e lã quentinha.

Echarpes da Mercedes, santos e divinos da Marília, e o trabalho clássico da outra Marília (Frutos da Terra) em cabaças.
As famosas frutas de madeira aparecem lá no alto, na primeira foto. É difícil fotografar tantos objetos juntos e misturados, mas dá para ter uma noção do que foi nossa apresentação nessa ótima exposição de artesanato.

Vejam mais Mostra de Artesãos aqui:
http://pousodolourenco.blogspot.com/2011/06/xi-mostra-de-artLinkesaos-do-sul-das-gerais.html

quinta-feira, 23 de junho de 2011

XI MOSTRA DE ARTESÃOS DO SUL DAS GERAIS.

Mais uma Mostra de Artesãos e S.Lourenço exibe a beleza e a criatividade do artesanato mineiro !
Começou hoje e o trabalho é bastante, porém totalmente recompensado pelo alegre convivio com os artesãos das diversas cidades participantes e com os turistas encantados com nossa arte.

Arte ao vivo e a cores, no trabalho do artesão talentosíssimo ! Osvaldo, de Três Corações, é sempre uma atração a mais na Mostra.

Borda Da Mata esbanjando classe e beleza no seu artesanato em fibras !

Campo Belo e a sobriedade linda das cores e formas !

Belo Horizonte e a delicadeza dos originais oratórios em bambu !

Três Pontas e seu sempre lindo trabalho em palha de café !

Araguari mostrando um interessante artesanato que mescla papel machê com pintura !

Nova Lima e arte em metal. Lindo !


Aiuruoca e a singeleza de seu trabalho artesanal !

Em breve colocarei mais fotos.

domingo, 19 de junho de 2011

XINGU - A Terra Ameaçada *

CARTA DO CACIQUE MUTUA A TODOS OS POVOS DA TERRA


"O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.

Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer “água boa”, “água limpa”. É o nome do nosso rio sagrado.

Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.

Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.

Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.

O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.

Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe… desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.

Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe… tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.

Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.

Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.

Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.

Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.


É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.

Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.

O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.

Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.

Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.

O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.

Com um grito agudo perguntou:

– Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?

Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.

O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue – e seu cheiro será o da morte.


O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.

A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.

Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo.

– Quem arrancou a pele da nossa mãe? – gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor.

As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra.

– Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo – clamou – O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos – ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.

Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.

Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.

O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.

O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.

Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!

“Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer.”

Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!

Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer.

Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver."


ESSA CARTA FOI ESCRITA PELA JORNALISTA Mônica Martins, CRIADORA DA PERSONAGEM FICTÍCIA CACIQUE MUTUA.

Essa mensagem está correndo por aí e eu não podia deixar de participar também.
A inspiração veio daqui:
http://pistasdocaminho.blogspot.com

* Veja a primeiro episódio da série: XINGU - A TERRA AMEAÇADA
http://www.youtube.com/watch?v=2YFyfY3PTPk
Link
Link

sexta-feira, 17 de junho de 2011

TELHADO VERDE

Sem tempo, com outra Mostra de Artesãos à caminho, deixo para vocês algumas imagens verdes, cor da Esperança e minha preferida.

A Calísia gostou do telhado e está se espalhando ! No tempo seco ela quase desaparece mas basta existir umidade que ela renasce e embeleza o jardim.
Alguns dizem que não se deve deixar plantas no telhado pois desloca telhas, etc., etc., etc., mas eu estou deixando, mesmo porque a Calísia - por enquanto - está apenas no trecho da varanda. Não é lindo o meu telhado verde ?

No tempo frio, logo de manhãzinha, a fumaça dá seu show matinal na minha cozinha ! Adoro ver essa manifestação da água quente, e aproveitei para fazer um cenário verde com minhas cuias, lava-arroz e escorredor de talheres. Tudo verdinho, do jeito que eu gosto !

Ainda existe bastante orvalho para manter as plantas verdinhas, parecendo que foram lavadas.
Aqui na minha região, Inverno é tempo seco e a vegetação sofre bastante com a falta de água. A chuva vai rareando, a neblina desaparece e o ar e a terra ficam secos. Em alguns anos a seca é menor e tenho Esperança que nesse 2011 seja assim.

terça-feira, 14 de junho de 2011

QUE FRIO !!!!!!!!!!

O frio está "quente" este ano aqui na minha terra ! Haja agasalhos para aquecer as manhãs e as noites geladas deste Junho !

Hoje, às 8h - da manhã ! - o termômetro marcava 6º ! Durante a madrugada deve ter ficado em 3º ou 4º graus, imagino eu...
Veja no Clima Tempo as previsões para São Lourenço:Link
http://www.climatempo.com.br/previsao-do-tempo/cidade/745/saolourenco-mg


Mas esse frio tem suas belezas e lá fui eu, encasacada até as orelhas, registrar a neblina no campo. O alto do monte não se enxerga, mas a paisagem fica muito bonita.


Essa névoa com ares de suspense sempre me encantou !

O sol está aí, esforçando-se para romper a barreira das sombras e aquecer nossos corpos enregelados.

Na parte mais baixa do terreno a neblina faz cenário para a Araucária, enquanto o gato segue pelo caminho. Os gatos, que não sentem frio nem precisam de agasalho, foram me acompanhando nesse passeio entre as brumas.

Ao longe avisto um vulto imerso no "ruço"* mineiro. Quem será ?

* http://www.overmundo.com.br/banco/a-descida-do-rucoLink

A rua lá em baixo está quase invisível ! Da cidade ao longe, nem sinal...

Os moradores dessas casas ainda devem estar debaixo das cobertas...

A neblina vai descendo e mantendo a umidade tão necessária para a terra e as plantas. Parece até que choveu ! O gato Zip brinca entre a folhas molhadas.

De volta à casa, tomo um chá bem quentinho para me aquecer enquanto aguardo a chegada do sol.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

CULINÁRIA VEGETARIANA - Falsa Pizza Com Recheio De Berinjela

Aprendi que, na cozinha, tudo pode se transformar em outra coisa. Criando, reaproveitando, misturando, vamos brincando de comidinha e fazendo uma alimentação gostosa e econômica. Chamo de falsa pizza por ser feita com fermento em pó e não precisar deixar a massa crescer. Rápido e prático !

MASSA:
2 xícaras de f. de trigo branca - 1 xícara de fubá - 1 colher (s) fermento - 1 colher (chá)sal
3 col. (s) azeite - 1 xícara de leite
Misture tudo. Se precisar ponha mais leite. Se ficar pegando na mão, junte mais farinha. A massa fica elástica e macia. Unte forma, coloque metade da massa, recheie e cubra com o restante.

ANTEPASTO DE BERINJELA DA SHIRLEY

3 berinjelas com casca cortadas em cubos - 2 cebolas cortadas em rodelas - 2 pimentões cortados em pedaços - 1/2 x de amendoim torrado, sem pele - 1/2 x de passas -
3 col (s) de azeite - 1/2 x de óleo - 1/2 x de vinagre - 1 x de água - 1 c. (sob) sal

Cozinhe até amolecer os legumes.

Minha amiga Shirley é cozinheira de mão cheia e aprendi várias coisas interessantes com ela.

terça-feira, 7 de junho de 2011

ARAL - RECEITA PARA ACABAR COM UM MAR

Mar de Aral era um lago de água salgada, localizado na Ásia Central, entre o Cazaquistão e oUzbequistão, e já foi o quarto maior lago do mundo com 68 000 km² de superfície e 1100 km³ de volume de água, mas em 2007 já havia se reduzido a apenas 10% de seu tamanho original, e em 2010 estava dividido em três porções menores, em avançado processo de desertificação.

A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, provocando desemprego e dificuldades econômicas. O recuo do mar também já teria provocado a mudança climática local com verões cada vez mais quentes e secos, e invernos mais frios e longos.

Com o fim da I Guerra Mundial havia a necessidade de aumentar a produção de alimentos. Havia também planos de se produzir algodão no deserto próximo ao lago. Em 1940 acelerou-se a construção dos canais de irrigação que captavam água dos afluentes do Mar de Aral. Já na década de 60, a maior parte do abastecimento de água do lago tinha sido desviado e o Mar de Aral começou a perder tamanho. De 1961 a 1970 o lago baixou 20 cm por ano, e essa taxa cresceu 350% até 1990. Em 1987, a redução contínua do nível da água levou ao aparecimento de grandes bancos de areia, causando uma separação em duas massas de água, formando o Aral do Norte (ou Pequeno Aral) e o Aral do Sul (ou Grande Aral).

A quantidade de água retirada dos rios que abasteciam o Mar de Aral duplicou entre 1960 e 2000, assim como a produção de algodão. No mesmo período, o Uzbequistão tornou-se o 3º maior exportador de algodão do mundo. Como consequência da redução do volume de água, a salinidade do lago quase quintuplicou e matou a maior parte de sua fauna e flora naturais. A próspera indústria pesqueira faliu, assim como as cidades ao longo das margens. Houve desemprego e dificuldades econômicas.

O Mar de Aral era alimentado simultaneamente pelos rios Amu Darya e Syr Darya, tornando-o um verdadeiro oásis no deserto da Ásia Central. O governo soviético começou a desviar parte das águas dos riios que alimentavam o Mar de Aral em 1918. No século XX os dois rios passaram a receber lixo, esgoto e poluentes com o desenvolvimento das comunidades próximas, e foram alvo de sucessivas drenagens pelo governo das repúblicas soviéticas da Ásia Central. A partir de 1920 o fluxo dos rios diminuiu consideravelmente.

As poucas águas do Mar de Aral também ficaram fortemente poluídas, em grande parte como resultado de testes com armamentos e projetos industriais, (em 1948, se construiu um laboratório secreto de armas biológicas soviético na ilha localizada no meio do mar de Aral) e o uso maciço de pesticidas e fertilizantes. As pessoas passaram a sofrer com a falta de água doce e as culturas na região estão sendo destruídas pelo sal depositado sobre a terra. Nos últimos anos, o vento tem soprado sal a partir do solo seco e poluído, e causado danos à saúde pública. A população, perto do Mar de Aral tem uma alta incidência de certo tipo de câncer e doenças pulmonares, possivelmente devido a alterações no DNA.

O ecossistema do Mar de Aral e dos deltas dos rios que deságuam nele está praticamente destruído, em grande parte pela alta salinidade. A contração do mar fez extensas planícies cobertas com sal e produtos químicos tóxicos, que são levadas pelo vento para as áreas habitadas. A floresta que cercava suas margens praticamente acabou. Cerca de 80% das espécies de animais desapareceram.

A situação do Mar de Aral e sua região é descrita como a maior catástrofe ambiental da história. É também referida como a “Chernobil Calada”, uma catástrofe silenciosa que evoluiu lentamente, quase imperceptivelmente, ao longo das últimas décadas.


Há duas vertentes que pretendem explicar o processo de desertificação:

  1. Fenômeno Natural: o Mar de Aral estaria morrendo naturalmente devido a fatores climáticos e geológicos (vertente defendida oficialmente pelo governo soviético no início do fenômeno);
  2. Fenômeno Antropogênico: o desvio das águas dos rios que desembocam no Mar de Aral estaria causando o problema (vertente consensual defendida atualmente).

Alguns peritos do governo soviético consideraram, na época, como “erro da natureza” o que estava acontecendo com o Aral. Um engenheiro soviético declarou, em 1968, que era “óbvio para todos que a evaporação do Mar de Aral era inevitável”, confirmando a tese de causas naturais. Contudo, já se sabia das manobras da União Soviética com as águas e das prováveis consequências das ações. Um outro membro do governo soviético, o engenheiro Aleksandr Asarin, salientou que o lago estava condenado, explicando que aquilo “fazia parte dos planos quinquenais, aprovado pelo Conselho de Ministros e do Politburo. Ninguém, de menor patente, ousaria dizer uma palavra contradizendo os planos”. Tal afirmação, em 1964, contribui com a certeza de que o perecimento do lago não foi uma surpresa para os soviéticos, pois eles esperavam que ela acontecesse muito antes.

O Mar de Aral abrigou uma indústria pesqueira considerável que, no seu auge, empregava cerca de 40 mil pessoas e produzia 1/6 de todo o pescado da União Soviética. Ainda é possível encontrar os restos dessa época de farta produção. O leito do lago, sem água, transformou-se num cemitério para as grandes embarcações que operavam na pesca. Além do pescado, a região deixou de produzir 500.000 peles de rato-almiscarado por ano, uma vez que a caça predatória e a escassez de água contribuíram para o desaparecimento do animal dos deltas do Amu Darya e do Syr Darya.


O futuro do Mar de Aral é incerto. Não se sabe se é possível, viável e necessário recuperá-lo. Há diversas sugestões no sentido de ajudar em sua recuperação, tais como:

  • Melhorar a eficiência dos canais de irrigação;
  • Instalar estações de dessalinização de água;
  • Instruir os agricultores a usar menos as águas dos rios;
  • Plantar cultivares de algodão que necessitem de menos água;
  • Usar menos produtos químicos nas plantações;
  • Reduzir o número de fazendas de algodão próximas ao lago e afluentes;
  • Construir barragens para encher o Mar de Aral;
  • Desvio de água dos glaciares da Sibéria para repor a água perdida do Aral;
  • Redirecionar a água dos rios Volga, Ob e Irtich. Assim, se levaria de 20 a 30 anos para restaurar sua antiga dimensão, a um custo provável de US$50 milhões;
  • Diluir a água do Aral com água do oceano e do Mar Cáspio, através de bombas e gasodutos.

Atualmente, existe um esforço contínuo no Cazaquistão para salvar e recuperar o norte do Mar de Aral. Como parte deste esforço, um projecto de uma barragem foi concluída em 2005 e em 2008 o nível de água nesse local já havia subido doze metros a partir de seu nível mais baixo em 2003. A salinidade caiu e os peixes são encontrados em número suficiente para tornar a pesca viável. No entanto, as perspectivas para o mar remanescente do sul permanece sombria. Por razões econômicas, o sul do Mar de Aral foi abandonado à sua sorte. Em sua agonia, está deixando enormes planícies de sal, que produzem tempestades de areia, que chegam a lugares distantes como o Paquistão e o Ártico.

A tragédia do Mar de Aral foi contada no filme Psy (Псы, "Dogs"), Dmitri Svetozarov (URSS, 1989). O filme foi gravado em uma das cidades fantasmas da costa, entre os edifícios e navios abandonados.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Leia também:Link

http://geografianovest.blogspot.com/2010/12/aral-um-mar-em-agonia.html

Mais uma vez estou eu mostrando as grandes catástrofes que foram causadas pelo Homem !
Numa época em que se diz que informação é tudo, que eu possa ajudar de alguma forma informando as pessoas do que está acontecendo ao nosso redor. Quando li sobre o Mar de Aral custei a acreditar que um Mar pudesse ser eliminado da face da Terra ! E descobri que o Homem tem poder de criação e destruição a níveis inimagináveis !

Que esse poder seja usado para o bem é o que eu desejo...


Obs: nossa amiga Rute (http://publicarparapartilhar.blogspot.com/2011/06/teia-ambiental-de-junho.html
está colocando no seu blog a relação dos participantes de mais essa etapa da Teia Ambiental. LinkVisitem e conheçam a opinão de cada um sobre o tema.